segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ROSQUINHA DE COCO

Numa bacia, coloquei um copo (americano) de água; um de leite, um de açúcar e outro, pelo vinco, de óleo. Acrescentei quatro ovos, dois tabletes de fermento de padaria, duas gotas de baunilha e um quilo de farinha de trigo (aos poucos). A massa ficou uma gostosura de mexer. Depois de bem amassada, deixei-a crescer, coberta com um pano de prato, por meia hora. Aí, acendi o forno e programei-o para 180 graus. E fiz as rosquinhas. Na verdade, sessenta e cinco delas, no formato de tranças pequenas.

Deixei-as crescer, de novo, por mais uns vinte minutos, enquanto fazia uma calda com meio litro de água e vinte colheres (sopa) de açúcar. Pus a mistura de água e açúcar no fogo e deixei ferver por quinze minutos. Depois de assar, passei cada uma das rosquinhas na calda e, depois, no coco ralado (que despejei antes em um prato fundo). Para fugir de situações incomodatícias, aquelas que, vez em sempre acontecem pra tentar derrubar a gente, enfurno-me na cozinha. Contra a maldade alheia, nada como uma boa quitanda, acompanhada do chazinho certo, numa tarde de chuva fininha. É nocaute na inveja. Faz bem ao coração...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BOLACHA CRISTALIZADA


Primeiro, liguei o forno e programei-o para 180 graus. Peguei o açúcar, os ovos, a essência de baunilha, a farinha de trigo, o pó-royal, a margarina e o doce de goiaba (aquele comprado pronto, que vem em embalagem pequena, é de cortar e é bem baratinho).
Esta receita que vou fazer me traz lembranças doces... É a preferida de muita gente amiga que vem à minha casa. Aqui, sempre tem a tal bolacha cristalizada, em um vidro sobre a bancada, na cozinha. Nem ofereço. Já é costume as pessoas que gostam irem até o vidro e pegarem para saborear.
No copo do liquidificador, pus quatro ovos; doze colheres (sopa) de açúcar cristal; uma colher (sobremesa, rasa) de essência de baunilha e oito colheres (sopa, cheia) de margarina. Deixei bater bastante. Acrescentei duas colheres (sopa, rasa) de pó-royal e dei uma ligadinha para ver o pó misturar-se aos outros ingredientes. Despejei, então, numa bacia de alumínio e acrescentei trinta e duas colheres (sopa cheia) de farinha de trigo e fui mexendo com colher, enquanto deu certo. Quando a massa pesou, passei a amassar com a mão. A massa ficou meio mole e não deu o ponto de enrolar.  Aí acrescentei mais quatro colheres de farinha de trigo, uma a uma, mexendo e observando o ponto. Não tem erro. A massa fica macia, meio mole, mas solta da mão, sem precisar untá-la para enrolar as bolinhas... e, ao passar a bolinha no açúcar, ele gruda fácil na superfície de cada uma...


Pois é, tem que enrolar e passar no açúcar! E o doce, vai dentro da bolinha. É uma gostosura! Na hora de enrolar, puxei um banquinho para perto da mesa, sentei-me nele, preparando-me para a tarefa agradável de enrolar as danadinhas. Em vez de untar, cobri as formas de assar com papel alumínio, tendo o cuidado de deixar o lado brilhante para cima, e fui dispondo as bolinhas espaçadamente, pois, no forno, elas crescem muito. Também arranjei um prato com açúcar cristal (uma xícara de chá). Enquanto pegava um pouco da massa e abria, na palma de uma mão, para dispor o doce, e enrolava a massa em torno do doce, com as duas mãos, pensava nas tantas vezes que já representei este papel de confeiteira feliz. Enrolava, passava no açúcar e dispunha sobre o papel alumínio.


Renderam sessenta e duas bolinhas que, depois de assadas, viraram bolachinhas gorduchinhas; resultado de efeito mágico, dentro do forno quente. Esta receita ganhei da Ana Emília, uma amiga querida, com quem convivi por mais de vinte anos, em escolas de Taguatinga. Ela ensinava Ciências e eu, Língua Portuguesa. Sempre nos demos muito bem e foram muitas as receitas que trocamos. Foi esta a que me marcou mais. Sempre que a faço, penso nela e relembro nossa interação e cumplicidade. Hoje, porque fiquei pensando na doce Ana Emília, querida amiga, e fiz as bolinhas pequenas e delicadas. Quando estou com pressa e o tempo não quer colaborar, eu as faço enormes e o resultado é bem menor em quantidade, mas, nunca, em sabor e prazer. Que tal? Vai experimentar?


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FAROFA DE CENOURA, BACON E UVA-PASSA

Tenho o privilégio de contar com um processador. Pura frescura, pois um ralador faz o mesmo efeito, neste caso. Desde que seja utilizado naquele outro lado, o lado que deixa os pedaços da cenoura em tirinhas. Após processar, reservei as tirinhas e parti pro fogão. Numa frigideira, coloquei pedacinhos de bacon (o equivalente a cem gramas) em duas colheres (sopa) de óleo de soja e deixei fritar. Acrescentei cebola batidinha e uvas-passa (dois punhadinhos) sem sementes. Dei mais uma mexidinha e acrescentei a cenoura. Esperei um minuto, antes de mexer, para não criar caldo. Mexi por mais um minuto, pus uma colher (café) do meu tempero, mexi mais um pouquinho, desliguei o fogo e acrescentei uma xícara (chá) de farinha de mandioca torrada. Misturei e servi. Danadinha essa farofa! Faz um sucesso! Se tiver sobras de bife já passados ou sobras de carne de porco, é só picar em pedacinhos miudinhos e acrescentar (antes da cebola batidinha) à farofa, que fica ainda mais saborosa! Dá até pra afastar mau olhado e ziquizira...

SALADA DE ALFACE

Pra mim, vacinada contra os tais caramujos em alface, só serve a tal hidropônica. Mesmo assim, faço vistoria em cada folha! Depois de lavadas, deixo (por uns três minutos) as folhas em água suficiente para cobri-las, e acrescento uma colher (sopa) de água sanitária. Torno a lavar e escorro-as, preparando-me para fazer minha salada predileta... Não corto, quebro as folhas sem amassá-las e acrescento tempero que preparei com antecedência: uma colher (sopa) de azeite de oliva virgem, uma colher (café, rasa) de sal, uma colher (sopa) de caldo de limão e duas colheres de água filtrada. Se não for servir a todos na mesma hora, deixo o tempero à parte, para usá-lo na hora de comer (ou as folhas de alface murcham). Quando estou sentindo-me enfastiada, só a salada com arroz já me fazem sentir pertinho do céu! Não por ficar à beira da morte, mas, por merecimento; para antever o que me espera quando me for dado deixar este paraíso pra usufruir do outro, o eterno... Lá onde tudo que se ‘vive’ tem gosto de algodão doce e nada resulta em efeitos colaterais... Do jeitinho que era na infância...

ESCOLHA DIFÍCIL: BIFE À MILANESA OU À PARMEGIANA, COM MOLHO AO SUGO?

Meu pai conta que uma esposa se desdobrava pra agradar o marido e caprichava nas refeições. Mas, esse marido sempre se saía com um está muito bom, mas não está igual ao que minha mãe fazia.
Realmente, nada se parece com comida de mãe...
Pois teve um dia que a tal esposa, enviesada com o comentário do saudosista, nem percebeu que queimava o arroz e deixava a carne passar do ponto.
Serviu a refeição assim mesmo e, para sua surpresa, ouviu o marido dizendo agora sim, tá igualzinha à comida que a minha mãe fazia!
Pronto, estava desvendado o segredo: a comida deveria ser levemente queimada!
Meu caçula costuma dizer que o bife à parmegiana que eu faço não tem igual. Apesar de saber que não é verdade, fico envaidecida, fico tão cheia de mim que, se eu subir numa balança, sei que ela vai acusar uns três quilos a mais.
Pois vai aí a receita, para que a minha norinha Gisele não precise quebrar a cabeça descobrindo meu segredo, ao tentar agradar o maridinho.
E faço uma sugestão: que ele mesmo, o filho caçula aprenda a fazer o tal bife. Afinal, meus filhos se casaram sabendo cozinhar o trivial. E fogão que é dirigido por mulher aceita ser dirigido por homem...
Temperei, com uma colher (sopa) do meu tempero, um quilo de bifes (gosto de alcatra ou contra-filé) e reservei. Num prato fundo, misturei quatro colheres (sopa) de farinha de trigo com dez colheres de farinha de rosca e empanei cada bife. Em seguida, pus a vasilha na geladeira, por vinte minutinhos.
Fritei, um a um, em óleo de soja bem quente.
Parada para refletir.
Se eu estiver com pressa, fica assim mesmo: bife à milanesa! Mas, vou fazer mesmo à parmegiana...
Passo, então, a fazer o molho de extrato de tomate que vai sobre os bifes prontos.
Numa panela, coloquei o equivalente a dez colheres (sopa) de carne moída já cozida (sempre tenho a opção da carne moída pronta, para agradar os netos), o conteúdo de uma lata de trezentos e quarenta gramas de extrato de tomate elefante e dois sachês (também de trezentos e quarenta gramas) de molho pronto (desses que todo mercado oferece em várias opções), ao sugo. Experimentei o tempero e achei meio insosso; acrescentei uma colher (café) do meu tempero e meia colher (café) de pimenta-do-reino. Deixei ferver e pus um copo (americano) de água e esperei ferver mais um pouquinho, antes de desligar o fogo.
Aí, montei o prato (usei uma forma pirex): em cima de cada bife, uma fatia de queijo muçarela (importantíssimo que o queijo seja protegido pelo presunto!) e uma fatia de presunto. Completado o fundo da pirex, coloquei os outros bifes sobre os primeiros, tendo o cuidado de desencontrá-los, na arrumação, para que não virem dois em um...

Por cima, despejei o molho e levei a forma refratária ao forno pré-aquecido (200 graus), por dez minutinhos.

FEIJÃO NOSSO DE TODO DIA

Na panela de pressão, coloco duas medidas de feijão, catado e lavado, quatro medidas de água, uma colher (sopa) de óleo de soja e deixo cozinhar por trinta minutos (fogo baixo, depois de pegar pressão). Li e concordei que não se deve deixar feijão de molho e, se tiver que deixar (às vezes o feijão é velho e demora muito pra cozinhar), deve-se jogar a água do molho fora e dar uma enxaguada em água corrente (para não dar gases). Também li (e também concordei, porque vale muito a experiência que é testada e comprovada!) que não dá certo pôr cebola em feijão (pela mesma tal razão dos gases). Abri a panela, depois de retirar a pressão e descobri que podia ter olhado uns cinco minutinhos antes (ficou desmanchando!). Voltei a panela para o fogo e acrescentei meia colher (sopa) de sal e mais uma colher (sopa) de óleo de soja. Deixei ferver por mais dois minutinhos e desliguei. Não sou fã de feijão, mas, quando meu organismo sente falta, e resolvo sair do sério, tomo caldo, faço sopa, como só com arroz... ‘overdoso’ a dose!

ARROZ AFOGADO

Costumo fazer arroz afogado. Minhas cozinheiras professoras (mãe e tias e primas) refogam arroz, alegando que fica mais saboroso. Concordo. Mas, do meu jeito, sem fritar o arroz, fica saboroso e saudável. Elegi uma canequinha de plástico para ser a medida e vem dando certo, há tempos, com arroz suficiente para três pessoas, no almoço e no jantar. Faço duas medidas de cada vez. Para a mesma medida de arroz, coloco duas de água. Portanto, hoje, coloquei, sobre a chama do fogão, a panela com quatro medidas de água, uma colher (sopa) do meu tempero, duas colheres (sopa) de óleo de soja e uma colher (sopa) de cebola batidinha. Quando ferveu, pus as duas medidas do arroz, já lavado e escorrido. Quando tornou a ferver, abaixei o fogo, dei uma mexidinha, para misturar a cebola que ficou por cima e deixei secar. Pronto. O resultado é igual e, com certeza, esse é o jeito fácil de fazer. Quando preciso fazer com que fique mais saudável, para levar mais cor ao rosto dos netos, acrescento cenoura picada fininha e vagem em rodelinhas.

AS SOBRAS VIRARAM TORTA


Sobrou frango assado (principalmente peito), sobrou milho verde refogado e purê de batata. Segunda-feira sem preguiça e sem sobrar restinhos (disso e daquilo) não é segunda. Na panela onde vou levar o recheio ao fogo, desfiei o frango, acrescentei os restos e reservei. No liquidificador, bati o conteúdo de meia embalagem de creme de leite, meio copo de requeijão cremoso e meia lata de milho verde (com o caldo equivalente a essa metade). Usei tudo na base da metade porque as sobras são poucas e não vai render uma torta grande. Despejei sobre o que estava na panela e acendi o fogo, mexendo sempre, até começar a ferver e incorporar bem os sabores. Experimentei e precisei acrescentar um pouco do meu tempero. Reservei e parti pra massa. Na própria pirex que vou usar pra finalizar a torta, coloquei duas colheres (sopa) de margarina, o resto do creme de leite, duas colheres (sopa) de açúcar, uma colher (sopa, rasa) do meu tempero, um ovo e uma colher (sopa, rasa) de pó-royal. Sou do tipo fiel. Desde que me entendo por gente que o pó-royal faz parte da minha vida e não consigo escrever, simplesmente, fermento em pó... Não seria uma receita com a minha cara. Mexi, já com uma mão, os ingredientes e fui despejando farinha, aos poucos, com a outra mão. Não medi quantidade, mas usei por volta de duas xícaras (de chá). A massa ficou em ponto de abrir com o rolo, mais pra mole, de propósito, pois, na hora de abrir, polvilhei farinha no plástico e facilitou, sem aderir. Usei a tática de abrir no plástico, porque facilita muito na hora de montar. Peguei um saquinho desses transparentes, tamanho da folha A4, e abri com a faca, resultando num retângulo, e polvilhei-o com um pouco de farinha de trigo. Abri com rolo uma parte que vai forrar a forma pirex e reservei a parte menor para cobrir a torta. Depois de forrar a forma, fiz uns furinhos, na parte do fundo, com o garfo. Quando o recheio fica muito molhado, costumo esfarelar duas torradas e espalhar no fundo, antes de despejar o recheio. Por cima do recheio, polvilhei três colheres (sopa) de queijo Minas, ralado (porque era o que eu tinha em casa, mas prefiro fatias de queijo prato), pois facilita na hora de colocar a massa da cobertura, além de acrescentar sabor.
Juntei as bordas, selando para não vazar recheio e, com um pincel, passei, por cima, uma mistura de uma gema com meia xícara (café) de café preto, pra dar aquela cor dourada, depois de assar. Levei ao forno pré-aquecido a 180 graus, por meia hora.
Enquanto assava, deixei fluir a sensação de felicidade que impregna a alma, quando o ar está tomado pelo cheirinho de gostosura que se saboreia com o olfato... Servi quente e curti o movimento dos talheres no exercício de levar o alimento à boca. Comemos em silêncio, pois é assim que são feitos os momentos marcantes: não há palavras suficientes...

domingo, 23 de janeiro de 2011

PELOTA, POLPETA, ALMÔNDEGA

Tanto faz como se chama, já que são várias as nomenclaturas e a maneira de fazer: o importante é comer, com certeza! Millor Fernandes disse que “A alma enruga antes da pele”. Ninguém duvida. Ele não descobriu a pólvora. Só faz propaganda dela. Na verdade, pode-se, inclusive, cuidar da alma, mesmo sem desenrugá-la, fazendo-lhe agrados culinários. Nada como uma polpeta com arroz branco e uma saladinha de tomate temperada com limão e carregadinha no sal pra amenizar os traumas e as angústias... Principalmente, se há lembranças agradáveis envolvidas com as polpetas. Essas que faço são guardadas para eventualidades, aquelas visitas inesperadas, merecedoras de carinho. Minha empreitada exige, portanto, no mínimo, dois quilos de carne (patinho) moída. No açougue, peço pra moer 400 gramas de bacon (sem a pele do porco) junto com a carne. E gosto de ver repetir o processo, pois incorpora mais a carne ao bacon. Em casa, misturo meu tempero (uma colher, sopa) e mexo bem. Deixo descansar por uns dez minutos, que é o tempo de colocar a gordura de porco (duas barras, totalizando dois quilos) pra esquentar. É nessa banha que vou fritar as bolinhas saborosas. Nesse meio tempo, passo a carne pelo processador e vou fazendo as pelotas e colocando-as na gordura já quente (mas, não muito). Todas elas, juntas. Rendem, em média 35 a 40 pelotas. Deixo fritar, sem mexer. Às vezes, acontece de precisar achar um lugarzinho melhor pra alguma polpeta que não ficou bem coberta pela banha de porco; aí é só dar uma empurradinha com um garfo. Sem fritar muito, percebo que não tem água na gordura. Desligo e deixo quieto, na própria panela que vai servir para armazenar as polpetas (não ponho tampa, por enquanto: só cubro com pano, pra não suar e comprometer a durabilidade). Faço-as grandes, generosas. De preferência, o melhor é começar a comê-las depois de umas horinhas de descanso. No cotidiano, somos três, então costumo esquentar cinco ou seis de cada vez, em panela à parte. Panela de inox, sempre. Porque se vive em tempo de proibição ao alumínio que não pode mais ser usado para armazenar nada. É ele o vilão do Alzheimer... Aproveito para buscar na memória os momentos de prazer que me foram dados nesta vida, curtindo almôndegas no prato e companhia de gente querida.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ROCAMBOLE DE CARNE (OU LOMBO FINGIDO)


Temperei um quilo de patinho moído (com o conteúdo de um pacotinho de sopa creme de cebola) e reservei. Dissolvi meio pãozinho dormido em uma xícara (café) de leite e misturei à carne, amassando bastante para incorporar bem. Com uma faca, abri um saquinho plástico (tamanho de papel A4) e coloquei a carne em uma das metades do saquinho, para moldar o rocambole. Com a parte desocupada do plástico, colocada por cima da carne, dei a ela o formato de um retângulo. Essa tática de espalhar a carne, com o plástico por cima, facilita muito. Sobre esse retângulo, espalhei fatias de queijo e de presunto e duas colheres (sopa) de requeijão cremoso. Enrolei o rocambole e descartei o plástico. Aí untei, com óleo de soja, um pedaço de papel alumínio (o lado brilhante que é o que vai ficar em contato com a carne) e enrolei o rocambole, tendo passado, por cima, o equivalente a duas colheres de margarina.
Coloquei o rocambole em forma pirex, levando-o para assar em forno pré-aquecido a 180 graus, por vinte minutos. Ao retirar o papel alumínio, levei o rocambole de volta ao forno, por mais dez minutos que foi o tempo que precisou para dourar.

Está prontinho para ser saboreado.

Mas, se estiver inspirada e com vontade de fazer sucesso, vou além: corto-o, em rodelas, enquanto está quente; aí coloco fatias de queijo e presunto entre uma fatia e outra de carne e, por cima, jogo molho de tomate que compro pronto (gosto daquele de ervas finas). Torno a levar ao forno, para derreter o queijo e sirvo com arroz branco e salada de alface temperada com azeite, sal e limão. E está de bom tamanho... Depois de saborear esta delícia, vai bem um cafezinho, sob o pé de castanha do Maranhão, todo festivo com os periquitos fazendo alarde e derrubando castanhas bicadas. E dizem que roça é lugar de silêncio... Vai dizer isso para esses pássaros barulhentos que surgem do nada e vão não sei para onde...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

FRICASSÊ DE FRANGO

Em uma panela de pressão, coloquei duas colheres (sopa) de óleo, onde deixei queimar duas rodelas finas de cebola e refoguei dois peitos de frango. Acrescentei uma colher (sopa, rasa) do meu tempero e, depois de refogar bem e secar todo o líquido que fluiu, acrescentei um copo (americano) de água bem quente. Tampei e esperei pegar pressão pra marcar o tempo de cozimento. Fogo baixo, oito minutinhos. Deixei esfriar, desfiei e reservei.
Aí, pus pra bater, no liquidificador, os conteúdos de uma lata de creme de leite, uma lata de milho verde (com a água temperada que vem junto) e um copo de requeijão cremoso. Também reservei.
Em seguida, refoguei o frango que eu tinha desfiado em duas colheres (sopa) de óleo, uma cebola batidinha e cortada bem fininha, o conteúdo de um vidrinho de 100 gramas de azeitonas sem caroço e o creme do liquidificador. Enquanto mexia e esperava ficar com uma textura mais espessa, experimentei o tempero e acrescentei mais um pouquinho de sal.
Despejei em uma travessa refratária, cobri com fatias de queijo prato e espalhei cem gramas de batata palha sobre. Aí levei ao forno pré-aquecido e esperei começar a borbulhar. Servi os meus, e servi-me, com arroz branco.
Sem tempo para tecer comentários, pois saborear dá trabalho...
Se não fosse a sensação de saciedade e a lembrança do prazer de comer o que traz prazer, poderia explorar, na memória, outras situações parecidas com esta...
Sítio Rosa Mística, 31 de julho de 2009

SÍTIO ROSA MÍSTICA


O nome dado ao lugar onde moramos, há quase 29 anos, tem inspiração em Nossa Senhora. Na Sua fase de gestação do Filho de Deus, recebeu esta denominação: Rosa Mística. Érico Veríssimo foi quem a apresentou a esta leitora que, desde cedo encontrou a felicidade nas páginas onde moram personagens inesquecíveis. Eta vidinha mais ou menos esta de quem gosta de romances e incorpora passagens marcantes nascidas na imaginação de gênios... Persiste a sensação de que a felicidade está guardada lá, junto com os personagens... Basta reler. Nem é preciso varinha de condão...

EMPANADO DE FILÉ DE TILÁPIA

Comprei um quilo de filé de tilápia, cortei em pedaços menores, e temperei com uma colher (sopa) do meu tempero mais o caldo de uma laranja. Mexi para incorporar o tempero por igual e reservei. Atualmente, evito fazer frituras. Antigamente, não me preocupava com o fato de não ser saudável, pois nem tinha essa consciência. Mas minha intenção é a de fazer empanado, então, tenho de fritar os pedaços de peixe antes. Em uma frigideira, coloquei o equivalente a uma xícara (café) de óleo e, à medida que o óleo esquentava, punha os pedaços dos filés, tendo, antes, passado, levemente, por um pouquinho de farinha de trigo que coloquei em um prato. Bem pouquinho mesmo. Para dar uma secadinha e não espirrar na hora de fritar. Se exagerar, aparece o gosto da farinha e é bem desagradável. À proporção que fritava, acrescentava óleo e acrescentava farinha.
Depois de todos os pedaços fritos, reservei, enquanto fazia a massa para o empanado. Pus uma clara de ovo no liquidificador e acrescentei 150 ml de água; uma colher (sopa) de óleo; duas colheres (sopa) de amido de milho; uma pitada de sal; uma colher (sopa, rasa) de açúcar; uma xícara (chá) de farinha de trigo e uma colher (café, bem rasa) de fermento em pó. Bati até perceber que misturou por igual e despejei em uma travessa que coloquei sobre o fogão, ao lado da frigideira onde vou fritar o empanado. Nem precisei lavar a frigideira. Despejei o restinho de óleo no lixinho de molhados (depois vai para o galinheiro onde as galinhas fazem a festa), passei, no fundo, uma folha de papel toalha e a frigideira ficou prontinha para o uso. Desta vez, pus mais óleo, o equivalente a um copo e meio (americano), pois a fritura do empanado exige imersão.

À proporção que, com uma colher, apanhava um pedaço do peixe frito, mergulhava-o na massa e levava-o à frigideira, pensava em como é bom ver a cara de felicidade da turma, quando chega para o almoço e descobre que tem empanado... Ô dó... Se tiver alguém com a intenção de só beliscar, de leve, pode esquecer. Ninguém resiste. Ainda mais se tiver o molho agridoce. Aí, a felicidade é completa! Sem sobrar lugar pra remorso...
Sítio Rosa Mística, 12 de outubro de 2010

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

FRICASSÊ DE BACALHAU E CAMARÃO

Comprei meio quilo de bacalhau (daquele que vem em lascas) e um quilo de camarão já limpo para fazer esta receita que é um sucesso.
À noitinha, por volta de 19 horas, coloquei o bacalhau de molho, dentro da geladeira, e fui trocando a água por quatro vezes, de um dia para o outro. Escorri o bacalhau e refoguei-o em meia xícara (café) de azeite, até dar uma fritadinha. Acrescentei cebola em rodelas. Depois de frito, despejei em uma forma pirex e reservei.
Espremi o caldo de três limões sobre o camarão já lavado e vistoriado (às vezes acontece de não estarem bem limpos) e esperei uns cinco minutinhos, antes de escorrê-los (importante para que os camarões fiquem com aquela cor rosa assim que se começa a refogá-los). Aí, refoguei-os em meia xícara (café) de azeite e umas rodelas de cebola. Rapidinho, criou um caldo excessivo que despejei no liquidificador. Sem tanto caldo, em poucos minutos o camarão já estava fritando (tem q desligar logo o fogo, ou então o camarão endurece). Joguei esses camarões sobre o bacalhau que estava reservado lá na forma pirex e voltei ao liquidificador, onde despejei o milho de uma lata pequena de conserva (sem a água), além de um pacotinho de creme-de-leite e o conteúdo de um copo de requeijão cremoso. Liguei o liquidificador e esperei processar. Foi rápido (uns dois minutinhos) porque o caldo que excedeu do camarão facilitou essa mistura. Enquanto escrevo, lembro-me do sabor maravilhoso desse prato que pode ser servido só com arroz! Grande pedida! Uma maneira de provar pra si mesmo que a felicidade existe e pode ser compartilhada...
Aí passei a montar o prato. Peguei a pirex que havia reservado, com os camarões e o bacalhau, e despejei o conteúdo do liquidificador sobre tudo. Por cima, espalhei meio pacotinho de batata palha e umas fatias de queijo prato. Levei ao forno pré-aquecido (180 graus) e esperei começar a borbulhar, evidenciando fervura. Pronto! Meu desafio é saber quanto comer pra não ficar arrependida... Afinal, até os bons momentos precisam contar com nossa capacidade de usar o freio...
Sítio Rosa Mística, 13 de maio de 2010

ESCALDADO

Quando nada para no estômago e a fraqueza é constante, é preciso fazer malabarismo com a memória pra lembrar de algum prato que pode apetecer e reforçar o estômago pra que o doente volte a saborear os alimentos. Essa é a hora apropriada pro escaldado. São muitas as variáveis. Minha versão predileta é a mais simples. Faço com milharina. O ideal seria ter alguém pra fazer o escaldado pro doente só saborear... Mas, qual! A alegria por estar com vontade de comer já é o ganho maior do dia! Pego uma panela pequena e derreto uma colher (sopa) de margarina e meio tablete de caldo de galinha e acrescento cinco colheres de milharina. Vou mexendo, em fogo brando, pra dar aquele gostinho de milho torrado. Ao lado, sobre outra chama, água fervente (dois copos). Assim que percebo que, se bobear queima, vou despejando a água, devagar, mexendo sempre. Gosto bem ralo. Pra tomar às colheradas, enquanto penso em como a vida é gloriosa e que a dádiva maior que recebemos dela é não saber a data de validade. À proporção que melhoro, faço uma versão de escaldado mais metido a besta: acrescento ovo. Faço tudo igual, com a diferença que, antes de desligar, jogo um ovo e mexo um pouquinho mais e desligo. Cura até trauma de infância!
Sítio Rosa Mística,3 de abril de 2009

SALADA DE PEPINO

Uma salada é uma grande pedida. Pra mim, é imprescindível. Torna a vida mas saborosa e influi até no humor. Lavo e raspo a casca (não retiro muita casca, porque ajuda na digestão) de três pepinos do tipo que chamam japonês e corto-os em rodelas. Acrescento mais rodelas, agora de duas cebolas pequenas, mais uma colher (sopa) de açúcar e meia xícara (chá) de shoyu (quem gosta, põe cebolinha picada). Mexo bem e deixo descansar, enquanto faço o arroz.. Arroz, pepino e suco de limão. Grande pedida. Principalmente, por ter abusado da carne, na refeição anterior.
Sítio Rosa Mística,3 de maio de 2010

MOLHO DE OVO

Depois de cozinhar seis ovos, deixo-os esfriando em água fria. Descasco e pico duas cebolas de tamanho médio, que refogo em uma colher (sopa) de óleo quente. Acrescento duas colheres (sopa) de extrato de tomate e uma colher (café, rasa) do meu tempero. Depois de mexer um minutinho, adiciono meio copo de água e espero ferver. Desligo o fogo. Volto aos ovos que descasco e pico, adicionando-os ao molho de tomate, mexendo suavemente. Excelente acompanhamento para purê de batatas. Bem casado também a um arroz branco, soltinho, quentinho, da hora. Uma constatação perfeita: pratos simples e baratos valorizam momentos simples da vida, naqueles dias sem grandes expectativas, além do aspecto da manutenção das benesses conquistadas.
Sítio Rosa Mística,12 de janeiro de 2009

SOBREMESA PREDILETA DO RIC E DA NANA

De moranguinho, claro! E é uma torta. Com cinco camadas, contando com a base. Primeiro, faço uma massa com meia embalagem de creme de leite, duas colheres (sopa) de margarina, uma colher (sopa) de açúcar, meia de pó-royal e uma xícara (chá) de farinha de trigo (pode ser preciso acrescentar algumas colheradas de farinha para dar o ponto de abrir a massa). Amasso bem, na forma pirex mesmo, onde a abro, forrando o fundo e as bordas e levo pro forno já pré-aquecido. É rapidinho, demora uns cinco minutos. Reservoo. Aí, descasco e pico em três pedaços, cada um de dez chocolates do tipo bis (o tradicional, escuro) e coloco sobre a massa já assada. Faço um creme (bato tudo no liquidificador, antes de levar ao fogo) com um litro de leite de vaca, três colheres (sopa, bem cheia) de maisena, uma lata de leite condensado, duas gemas e duas gotas de baunilha. Enquanto mexo sem parar, pra não encaroçar, penso na alegria dos netos, dos filhos e das noras que são fissurados em morangos. Enquanto o creme esfria um pouco, lavo, enxugo e pico moranguinhos de duas embalagens dessas tradicionais (são trinta morangos, em média, nas duas caixinhas) e reservo. Faço também o conteúdo de uma embalagem tradicional de gelatina sabor morango e ponho na geladeira, pra gelar e começar a engrossar. Com o creme ainda morno, acrescento o restante do creme de leite, mexo um pouco e despejo sobre o chocolate bis que despedacei, anteriormente. Arrumo, então, os pedaços de morangos e, por cima, a gelatina que passou do ponto e endureceu (como acontece na maioria das vezes!). É tão bom quando faço tudo certo e vou à geladeira quando ainda está endurecendo e, ao despejar, a gelatina se espalha de maneira uniforme! Só que, dificilmente, isso acontece! Sem estresse, mexo um pouco, com uma colher de sopa, pra quebrá-la em pedacinhos e espalho-a como última camada. Aí, deixo fora da geladeira um pouco, pois com o creme ainda morno, logo, logo a gelatina começa a derreter, espalhando-se. Guardo na geladeira, onde deixo por, no mínimo, quarenta minutos. Aí, é só servir. Quem tem neto adolescente sabe o tanto que este tipo de guloseima agrada. Esta é sobremesa tradicional, nesta época em que morangos são tão baratos e abundantes, aqui no Distrito Federal.
Sítio Rosa Mística, 24 de dezembro de 2010

CONSERVA DE BETERRABA

Preparei o vidro onde vou colocar a conserva, com antecedência. Bem lavado, passei um pouco de álcool nele e na tampa, e reservei.
Numa panela de pressão, coloquei água suficiente para quase cobrir um quilo e meio de beterrabas, que lavei bem, após retirar as partes sobressalentes (mas sem descascá-las).
Acrescentei duas colheres (sopa) de açúcar e esperei pegar pressão para marcar o tempo de cozimento. Depois de dez minutos, desliguei o fogo e esperei acabar a pressão da panela, para abri-la e retirar as beterrabas.
Eram grandes e ficaram meio duras. Sem problemas! Pois vou pasteurizar a conserva e isso faz com que o cozimento continue, amolecendo um pouco mais as beterrabas.
Levei o caldo (depois de coá-lo) que ficou na panela de volta pro fogo e acrescentei um copo (do tipo americano) de vinagre de álcool.
Dica: importante experimentar o sabor do caldo depois de acrescentar uma pitadinha de sal para sentir se precisa por mais sal.
Deixei ferver, enquanto descasquei as beterrabas que tinham esfriado o suficiente para que eu aguentasse segurá-las.
Cortei-as em rodelas grandes, despejando-as, em seguida, no caldo que fervia no fogo.
Quando começou a ferver, fiquei de olho e dei o tempo suficiente para que todos os pedaços recebessem aquecimento igual.
Desliguei o fogo e coloquei as rodelas (devagar e com cuidado) no vidro anteriormente preparado, disposto sobre um prato. Despejei o líquido sobre as rodelas (até cobrir todas).
Dica: bem devagar para que não aconteça de, no choque de temperatura, trincar o vidro.
Coloquei o vidro (ainda sem tampa) dentro de uma panela com água (suficiente para cobrir pouco acima do meio do vidro) pré-aquecida, ainda não fervente, mas quase. Assim disposto o vidro, esperei que a água levantasse fervura.
Marquei cinco minutos sem a utilização da tampa e aí, coloquei-a, e deixei a conserva ficar, por uns vinte minutos mais, nesse procedimento.
Dica: esse processo final, que se chama pasteurização, é opcional. Ele é de grande ajuda para armazenar a conserva que dura mais de mês. Se for pra comer logo, não pasteurizo, só deixo descansar e abro depois de vinte e quatro horas.
A de hoje, coloquei pra pasteurizar porque vou dar de presente pra nora Gisele, que acabou de ganhar minha neta Taís. Quem vai decidir a melhor hora de abrir, será a nora. Minha parte na empreitada é apenas simbólica. Ao alimentar-se com a beterraba que vai, com certeza, abrir-lhe o apetite, além de fazê-la sentir-se mais fortalecida, a nora vai permitir que eu, indiretamente, contribua com a qualidade do leite que a mocinha da vovó vai sugar da mamãe dela.
Enquanto esperava que o processo todo de pasteurização chegasse ao fim, aproveitei para pensar em Deus e agradecer por ter sido abençoada com a chegada desta nova vida.
Desliguei o fogo e deixei quieto.
Só vou retirar o vidro da panela daqui a umas quatro horas, depois que estiver tudo frio.
Tentando afastar maus pensamentos, aproveito, também, para pedir a Deus que esta avó tenha tempo de preparar muitas gostosuras para a Taís se deliciar, à proporção que crescer em sabedoria, alegria, saúde e formosura... Amém!

Sítio Rosa Mística, 2 de outubro de 2010

FOGAÇA (FOGAZZA)

Numa bacia, despejei duas xícaras de farinha de trigo (vou precisar de mais uma xícara que vou colocar, aos poucos, para dar o ponto de massa que abre com rolo); uma xícara de leite; uma colher (sopa) bem cheia de margarina; duas colheres (sopa) de açúcar; dois tabletes (+ ou - 30 gramas) de fermento de padaria e uma colher (sobremesa) do meu tempero.
Amassei bem e reservei para deixar crescer.
Aí, abri como pastel e recheei antes de assar.
Dica: se o recheio escolhido for carne moída (procure a receita de refogado de carne moída), tem que fazer com antecedência para que esfrie.
Antes de assar, passei, com um pincel, uma mistura de uma gema com três colheres (de sopa) de café.
Meu recheio predileto é o de hoje: presunto e queijo que corto em tirinhas e tempero com azeite e orégano. É o tipo de quitute que faço quando quero chamar a atenção para meus dotes culinários. Cá pra nós, quem não precisa ser apreciada uma vezinha que seja? E não tem erro. Salgado agrada sempre. Qualquer que seja o recheio, tem aprovação certa.
Enquanto preparo, aproveito para afastar os fantasmas vivos. Eles, com certeza, assombram mais que os da outra dimensão.

Sítio Rosa Mística, 16 de junho de 2010

MANJAR DE MARIA-MOLE COM MORANGOS

Porque vou receber uma amiga querida, escolhi fazer esta sobremesa. Separadamente, em uma vasilha de louça, misturei o conteúdo de uma caixinha de Maria-Mole (dessas compradas prontas) à mesma medida (lata) de leite fervido e mexi bem. Em seguida, coloquei no copo do liquidificador. Também em separado, numa vasilhinha de plástico, misturei o conteúdo de um envelope de gelatina sem sabor a duas colheres de água fria e pus no micro-ondas, por um minuto. Depois, joguei no liquidificador, além de acrescentar, antes de ligar, o conteúdo de uma lata de leite condensado e o de uma lata de creme de leite (sem soro), além do conteúdo de um vidrinho (100ml) de leite de coco. Liguei pra bater rapidinho, só pra incorporar. E despejei em pirex de vidro, sobre porção (duas caixinhas-padrão) de morangos, que já havia partido ao meio e polvilhado com duas colheres de açúcar refinado. Levei à geladeira e esperei seis horas para desenformar. Acompanhado de bom humor, esse sabor maravilhoso do azedinho do morango, misturado ao manjar, fecha, com chave de ouro, nossa confraternização. Depois, partimos pro aconchego do sofá pra conversar confortavelmente... Ainda precisamos de café e biscoitos... A noite nos encontrou contando histórias de décadas de amizade...
Sítio Rosa Mística, 20 de novembro de 2009

BOLO DE MILHO VERDE


Este bolo é herança da Altamira; uma querida senhora mestre-cuca, quitandeira de mão cheia!
Quem gosta de milho verde ama este bolo!
Não tem erro.
Cortei o milho de cinco espigas (daquelas que vêm padronizadas no pratinho de isopor) e pus no liquidificador. Acrescentei três ovos, uma xícara de açúcar, meia xícara de óleo, uma xícara de queijo e uma colher (sobremesa, rasa) de pó-royal. Bati um pouco (não muito, ou o milho fica com gosto amargo), deixei descansar por cinco minutos, dei uma mexida rápida e despejei em forma untada e assei.
De início, com o forno pré-aquecido a 200 graus. Depois de uns dez minutos, abaixei a temperatura e deixei assar devagar, pro milho não ficar cru.
Dica: pra saber se está pronto, espetei um garfo e saiu sequinho! Oba!
Desliguei o forno e coloquei a forma sobre a pedra de mármore, pois é preciso esperar esfriar pra pôr na boleira e servir.
Saboreei minha fatia pensando, feliz, que esse bolo devia chamar-se bolo recompensa. Todos os problemas do meu mundo se foram.
Também porque um delicioso e fumegante chá de cascas de maçã, salpicado com pitadinhas de canela em pó exala, na xícara bem à minha frente, um cheirinho delicioso e convidativo. 
Depois dessa fatia acompanhada, sinto-me ainda mais recompensada por existir, e amar a vida, nesta saborosa tarde de domingo chuvoso...


Sítio Rosa Mística, 14 de novembro de 2010

CALDO DE MANDIOCA COM CARNE DE SOL



Hoje acordei cantando A Praça, música do Carlos Imperial, que o Ronnie Von fez virar sucesso, na época da minha juventude...
Normalmente, as manhãs me deixam nostálgica. Além dos pratos que programei para o almoço, vou preparar caldo de mandioca com carne de sol. É meu jeito de buscar refúgio nos sabores que me relembram pessoas queridas. Cortei um quilo de mandioca em pedaços pequenos; meio quilo de charque, em cubos também pequenos (ferventei antes, por duas vezes, para retirar o excesso de sal); dois tomates; duas cebolas e um tantinho de cebolinha. Primeiramente, refoguei, em panela de pressão e óleo bem quente, os cubinhos de charque. Deixei fritar bem. Coloquei um pouco de água fervente e pus a tampa para cozinhar mais rápido. Esperei quinze minutos e abri a panela, depois de esperar que acabasse a pressão. A vida também tem muitos momentos assim, em que se precisa esperar para que a pressão se esvaia no espaço e no tempo...
Aí, acrescentei a mandioca, a cebola e o tomate, mexi um pouco (com colher de pau), e coloquei água suficiente pra cobrir os ingredientes. Fechei a panela e abaixei o fogo. Demorou só um pouquinho. Uns dez minutinhos. Fiquei aqui na cozinha mesmo, sentadinha, esperando o fogo cumprir sua obrigação de manter o fundinho da panela no aquecimento certo. Enquanto esperava, pensei na vida e nas urgências que ela desenha no nosso cotidiano, para fazer o tempo mais curto...
Retirei a panela de pressão do fogo, esperei a pressão ceder, abri-a e vi que havia necessidade de mais água. Experimentei o sal. Precisei de um bocadinho mais. Constatei que a mandioca está bem cozidinha, quase toda dissolvida.
A fome é muita e há muitas pendências a resolver, então me apresso a considerar que está pronto. Tomei o caldo na minha tigelinha de boca larga, em pequenas colheradas, calmamente, para poder apreciar o sabor. Não tem como não relaxar e curtir. As urgências que esperem, enquanto penso na vida, nas promessas de dias melhores, na beleza de tudo, e nas lembranças boas que o sabor, devidamente apreciado, desperta.


Sítio Rosa Mística, 14 de maio de 2010

MOLHO DE PIMENTA DA JACIRA

MOLHO DE PIMENTA DA JACIRA
Comprei um quilo de pimenta dedo de moça, retirei os cabos, coloquei numa panela com uma colher (sobremesa) de sal, duas colheres de pinga, quatro cravos, meio litro de vinagre de álcool, uma colherinha (café) de açúcar e uma outra colherinha (café) de noz moscada e levei ao fogo pra cozinhar. Quando a pimenta ficou bem molinha, retirei a panela do fogo, deixei esfriar e bati o conteúdo no liquidificador. Depois, coei e distribuí o caldo em vidros pequenos. Um molho de pimenta agrega sabor a qualquer prato salgado. E é bom que esteja pronto pro caso de dar vontade.
Sítio Rosa Mística, 02 de outubro de 2009

BATATINHAS NEVADAS

Coloquei um quilo de batatinhas, do tipo inglesa (todas descascadas e picadas), pra cozinhar em água (um tanto de líquido que fica pela metade do conteúdo da vasilha), com um caldo de galinha. Separei as claras e as gemas de dois ovos. Esperei que as batatinhas cozinhassem, experimentei e pus um pouco do meu tempero, pois gosto mais salgadinho. Escorri, na pia, a água que sobrou e amassei os pedaços de batatinha com um garfo. Acrescentei, à massa ainda quente, duas colheres de margarina, duas gemas, cebolinha picada pequena e reservei, pra esfriar.
Em uma tigelinha de louça, bati as duas claras em neve e acrescentei, mexendo delicadamente, duas colheres de maionese e seis gotinhas de limão.
Voltei à massa que deixei esfriando e amassei, com as mãos, para dar o formato de bolachinhas (do tamanho de um fundo de copo grande), dispondo cada uma em forma untada. Fiz todas e distribuí, por cima, a mistura da clara em neve, com maionese e limão. Tudo pronto pus no forno pra assar. Demorou só cinco minutos, pois já tinha pré-aquecido o forno a 180’.
Servi no almoço, com arroz; feijão; bife; salada de alface e tomate; e farofa de abobrinha.
Almocei observando o tempo se fechando, prometendo que o mundo está perto de acabar em água... Estou pronta e ansiosa pra ver a água despencar, nesta região centro-oeste, onde a seca nos castiga há mais de três meses. Hoje, nem vou dar minha cochiladinha básica. Vou observar os pingos de chuva trazendo bem aventuranças. A vida continua. É tempo de começar novo ciclo. Sem medo de continuar sendo feliz.
Sítio Rosa Mística, 09 de setembro de 2010

MEU TEMPERO

Tenho meu tempero sempre pronto e uso-o em todos os meus pratos salgados. Porque detesto alho e faço-o só com cebolas.
Bati, no liquidificador, oito cebolas (um quilo, mais ou menos), com uma xícara (sopa) de óleo de soja), oito tabletes de caldo de galinha e duas colheres de vinagre de álcool.
Despejei, depois de deixar bater bastante, num vidro de boca larga, e acrescentei meio quilo de sal. Mexi, pra incorporar o sal, pus a tampa e reservei.
 Pronto! Vai durar e durar... Qualquer que seja a receita (até de pão de queijo), uso meu tempero básico.
Dica: a partir dele, aprimore a receita, acrescentando pimenta de qualquer tipo, ou até mesmo alho, se for a preferência (pode bater junto, no liquidificador), ou orégano, ou azeite...
A depender da receita, mais e mais sabor vai ser alcançado!

Um refogadinho de abobrinha, por exemplo, cai bem com o tempero acrescido de pimenta de cheiro. Além de abrir o apetite, torna bem evidente que a vida é maravilhosa e que a gratidão é ingrediente especial pra torná-la mais prazerosa ainda...


Dica: se gostar, bata por mais tempo e aumente a quantidade de cubinhos de caldo de galinha, optando pelo de galinha caipira. Fica assim como mostra a foto 2.
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Sítio Rosa Mística, 12 de agosto de 2010

SUFLÊ DE ABOBRINHA

Liguei o forno. Na própria panela onde fiz o refogado de abobrinha (ver receita anteriormente postada), acrescento margarina. Se sobraram (ou mesmo se fiz o refogado com a intenção de transformá-lo em suflê) umas doze a quinze colheres de mistura, acrescento duas colheres (sopa, rasa) de margarina e um pouco mais do meu tempero. Mexo e adiciono três colheres (sopa, cheia) de farinha de trigo. Mexo e mexo e acrescento dois copos de leite. Vou mexendo até incorporar o leite e engrossar a mistura. É rapidíssimo. Percebo que não tem perigo de ficar com gosto de farinha de trigo, pois ferveu e ferveu. Desligo o fogo. Misturo três ovos batidos. Corto uns cubinhos de queijo fresco (uma xícara, de chá, mais ou menos) e jogo na mistura e mexo. Ainda acrescento uma colher (sopa, rasa) de pó-royal e mexo, de novo, de leve, só pra incorporar o fermento. Despejo sobre pirex untado e polvilhado com farinha de trigo e levo ao forno já quente. É o tempo de dourar por cima (estava tudo pronto, não é mesmo?). Se o dia estiver chuvoso, o apetite é mais aprimorado, então, coitado de quem chegar um pouquinho atrasado, pois fica só com a propaganda do tanto que tava bom...
Sítio Rosa Mística, 11 de abril de 2009

REFOGADO DE ABOBRINHA



Gosto da abóbora calabresa novinha. 
Mas, é difícil de achar. Se for impossível, faço o refogado com a menina, porque a mais comum, a Itália, solta muita água ao ser cozida e esta seria minha última opção.
Depois de lavar e raspar e secar meio quilo de abobrinha (três peças novinhas), fiz batidinha (fui batendo a lâmina da faca nas laterais, sem me preocupar que resultem pedaços de tamanho desigual). Gosto do gosto de uns pedaços grossos, menos moles depois de prontos, e outros menores, mais cozidinhos...
Dica: geralmente, corto sobre um pano de prato limpo.
Com a panela no fogão, sobre uma chama bem resolvida, despejei o óleo (para três xícaras de abobrinha, três colheres, de sopa, de óleo); meu tempero (a gosto) e uma colher (sopa, rasinha) de açúcar. Aí, fiquei de olho e mexendo, de vez em quando, para não criar água.
O ideal é que a mistura fique meio durinha, ao dente! Se tiver a tal pimenta de cheiro, hummmm, que maravilha viver.... Junto com arroz soltinho e um bife, dá até para acreditar que se tem toda sorte do mundo... Só não vale chorar depois, de remorso, por ter cometido aquele pecado... o da gula!
Quando o resultado não é o que acho suficiente, em relação à quantidade de candidatos famintos, faço o que a tia Teresa Pimentel me ensinou: farofinha de abobrinha. Maravilha! Irresistível!
Vamos à farofa: cozinhei o refogado um pouco mais (é só ir acrescentando água, devagar, para ficar um pouquinho úmida) enquanto preparei, numa travessa, farinha de mandioca bem fininha e cebola crua batidinha. Acrescentei uma pitadinha a mais de sal, na abobrinha, desliguei o fogo e misturei, levemente, a abobrinha com a farinha e a cebola.
Com certeza, a minha farofinha não chega aos pés da que a tia Teresa faz, mas agrada muito também...

Sítio Rosa Mística, 10 de abril de 2009

REFOGADO DE CARNE MOÍDA


REFOGADO DE CARNE MOÍDA

Na panela de pressão, coloquei duas colheres (sopa) de óleo de soja. Levei-a à chama do fogão, para esquentar. Acrescentei uma cebola ralada e deixei, até quase queimar (fica da cor de borra de café), de propósito, para dar aquela corzinha saborosa e fazer o caldinho ficar grosso. Aí, juntei a carne - um quilo de patinho moído - e uma colher do meu tempero.
Mexi devagar e sempre. Acrescentei uma colher (sobremesa) de gengibre ralado (opcional) e uma (sopa) de açúcar. Mexi bastante e deixei fritando um pouco. De vez em quando, mais uma mexida, para não grudar. Enquanto isso, piquei dois tomates (opcional) e uma cebola (agora batidinha), e joguei na panela. Continuei mexendo. Quando percebi que fritava, já querendo agarrar no fundo da panela, coloquei meio copo de água (bem quente) e fechei a panela para pegar pressão, por três minutos.
Depois, desliguei o fogo e deixei acabar a pressão.
Dica: se ainda tiver água, é só ligar o fogo mais um pouco, ficar de olho, e desligar quando a consistência estiver do agrado. No meu caso, meu agrado é sem caldinho.
A neta número 1, a Giovanna, ama carne moída, mas sem gengibre. Preciso inventar um jeito de cobrar mais carinho pelo serviço que, além de já ser tradição, é feito com prazer e tem gosto de dedicação exclusiva a ela...
Afinal, avó tem prazo de validade decorrido no percurso e carece de aproveitar bem cada minuto...

Sítio Rosa Mística, 16 de fevereiro de 2009