domingo, 21 de julho de 2013

PÃO DE QUEIJO

Faz muito tempo que aprendi a fazer pão de queijo. Faço com gosto, porque minha turminha adora. Ultimamente, andava fazendo a quitanda sem seguir receita e, de vez em quando, ficava feio, ou murchava... Em outras tentativas, acertava... Nunca sobrava...  
Tenho umas trinta receitas anotadas. Resolvi experimentar uma delas, uma que remonta a 92, e ficou supimpa.
Fiz assim: pus, sobre a chama do fogão, uma caneca funda, contendo dois copos (americano) de água (equivalem a 400 ml) e um de óleo. Fiquei por perto, mexendo de vez em quando, porque esta mistura de água e óleo pode fazer muita sujeira; se o óleo vedar a água, ao ferver, joga o óleo pra cima e a bagunça e o perigo não compensam. Todo cuidado, portanto.
Quando a mistura ferveu, usei-a para escaldar um quilo de polvilho Amafil, polvilho doce. Acrescentei cinco ovos; um prato (fundo, cheio) de queijo ralado; uma colher (sobremesa, rasa) de sal e fui incorporando leite (um copo americano) à massa, até dar o ponto. O leite e o sal não são medidas certas. Para acrescentar sal, é preciso experimentar, pois depende muito do sal do queijo. Para acrescentar leite, depende do tamanho do ovo; o ponto da massa é apurado ao encostar o dorso da mão pra saber se a massa gruda. Se não grudar, mais leite e mais muque, amassando, amassando, amassando...
Houve um tempo, tempo de muita labuta, que eu fazia pães de queijo, todos os dias. Hoje, aos domingos, quando todos nos reunimos, revezo, entre os que eu mesma faço e os comprados congelados, fáceis de assar. 
São muitas as receitas que me envolvem ainda hoje, nascidas e trocadas com interação e companheirismo, nas escolas onde trabalhei. Nas nossas coordenações, enquanto planejávamos aulas, corrigíamos provas, redações e exercícios, nós saboreávamos delícias que trazíamos de casa, feitas com muito carinho. E trocávamos as receitas. Minhas anotações remetem para nomes de amigas que deixaram saudade... 

MACARRÃO COM ALMÔNDEGAS

Esta receita é da minha mãe. Sabe ser criativa! Tem uns toques meus, claro, sou filha e também aprendi a fazer mágica...
Comprei um quilo de patinho e pedi pra moer duas vezes, com trezentos gramas de bacon, sem a parte do couro. Em casa, temperei com uma colher (sopa) do meu tempero, amassei bastante, e fiz 54 bolinhas, que fritei, rapidamente e coloquei em panela com molho de tomate, que já fervia.

Fiz o molho assim: cortei 4 tomates maduros e duas cebolas; refoguei-os em duas colheres (sopa) de óleo e acrescentei o conteúdo de duas latas de extrato de tomate Elefante (300 gramas). Acrescentei dois copos de água. Deixei ferver bastante, em fogo baixo, sem tampar a panela, pra evitar que espirrasse. Só então pus as bolinhas pra cozinhar no molho. Sem mexer, ainda coloquei, aos poucos, mais um copo de água.
Em outra panela, cozinhei o macarrão, de acordo com o tempo determinado na embalagem. Assim que ficou no ponto, escorri a água, joguei água morna, por cima, escorri, novamente, e servi.
Servi, separadamente, o macarrão e as almôndegas, para que cada um dos felizes companheiros de mesa faça seu prato, com o tanto de molho e almôndegas que tiver vontade... 
Bem que a vida podia ser assim, equilibrada. O que viesse pra gente, viria separadamente, pra gente querer, ou não. Aí, caberia a cada um dosar, experimentar, misturar, provar, relegar, repugnar, devorar... Dependendo da energia do dia, mais tempero, menos amargor, uma pitada de alegria, um risquinho de saudade, um suspiro de mistério...   

SALADA DE QUIABO

Esta maneira de fazer salada de quiabo foi ensinada numa reportagem do Globo Repórter. O tema era diabetes e teve a abordagem sobre alimentação adequada. E a salada é importante aliado para baixar taxas. De quiabo, então, reforça até o combate ao mau colesterol.
Comprei duas embalagens de quiabo verdinho, as duas contendo pouco mais de 300 gramas. Lavei-os e coloquei-os em uma panela com água e sal (uma colher de sopa, rasa), que já fervia, pois eu a tinha preparado, anteriormente. Água suficiente para cobrir os quiabos. Marquei o tempo e, após seis exatos minutos, desliguei o fogo, escorri a água da panela e joguei os quiabos em outra vasilha, que preparei, com antecedência, com água e gelo. Com esta tática, o quiabo se mantém verdinho... Só então, cortei as pontas de cada quiabo... Foram dispostos numa travessa, com rodelas de duas cebolas, para receberem os temperos: uma pitada de sal; três colheres (sopa) de azeite e uma colher (sobremesa) de gergelim.

Sou do tipo de gente que não vive sem salada. Sou do tipo de gente que gosta de quiabo. Para mim, gostar desta salada é fácil. Com um arroz soltinho, feijão recém-cozido e um bife mal passado, não tem pra ninguém! Entendo quem não goste. E confesso que prefiro comer quiabo frito! Mas, tem um porém: cozinho pra família e fritar ingredientes não é a primeira opção, na minha cozinha. Assim é a vida! Temos escolhas e motivos que nos fazem optar por A ou B. Normalmente, vence a razão. De vez em quando, vence o meu desejo de me fazer agrados...  

segunda-feira, 8 de julho de 2013

QUIBEBE DE MANDIOCA


A costela de vaca, cozida, fica maravilhosa na companhia deste quibebe...
Sou fã da praticidade de trazer do mercado o pacotinho de mandioca (hoje, comprei meio quilo por R$0,99), descascada, embalada a vácuo, pronta para o devido uso! Se eu der uma volta pelos arredores da minha casa, aqui na chácara, vejo mandiocal e acho muito lindo. Mas, dá uma preguiça! Arrancar, lavar, descascar... Ah, nem...
Muito fácil de fazer, a comprada, embaladinha, é só picar, em pedacinhos irregulares e refogar... 
Na panela, coloquei duas colheres (sopa) de óleo, deixei esquentar e acrescentei uma cebola batidinha, uma colher (café, rasa) de açafrão, um tablete de caldo de galinha e uma colher (café, rasa) de açúcar. Assim que refoguei, mexi para uniformizar a cor e despejei o equivalente a dois copos (daquele de requeijão) de água quente. Mexi mais uma vez e deixei cozinhar, em fogo baixo, sem mexer. Vai depender da época, porque mandioca é raiz cheia de ziquizira: umas cozinham logo, outras, nem com reza brava... A de hoje cozinhou logo, mas exigiu mais um copo d’água. Pus água fria mesmo, porque as cozinheiras entradas nos anos, assim feito eu, já perceberam que um susto costuma resolver e dar logo o ponto de cozimento... Antes de desligar, experimentei o tempero e aprovei. Quem gosta, acrescenta uma pimentinha, arruma bonitinho pra pôr na mesa, numa tijelinha funda, e, por cima, joga salsa e cebolinha, picadas...
Gosto da pimentinha e da tijelinha, mas as folhinhas verdes não contam com a minha simpatia...
Não é assim, na vida?
Nem tudo são agradáveis coisinhas que nos encantam...