terça-feira, 24 de setembro de 2013

O FRANGO ASSADO NA PANELA DE PRESSÃO



O fácil também pode ser gostoso! 
Aliás, este é um dos mantras da minha mãe. 
O frango assado na panela de pressão é uma prova da capacidade mágica dessa cozinheira que tem o dom de transformar para agradar. 
Desde menina, nas quermesses da minha cidade, na hora do leilão feito pra arrecadar dinheiro pra Paróquia de Nossa Senhora Sant'Ana, o frango assado da D. Jandira era prenda que promovia competição acirrada. Ela nunca mandava um só, pois meu pai tinha que arrematar pelo menos aquele que saboreávamos lá mesmo. 
Com a mudança pro DF, os costumes sofreram adequações, as novidades apareceram, e o frango de granja foi introduzido na nossa mesa. No início, o diferente no modo novo de assar aliado ao aroma que penetrava as narinas e lembrava o gosto do tempero, mais a facilidade de comprar pronto e sei lá mais o quê instigavam nosso apetite. Era uma delícia! Com o tempo, fui enjoando e passou a fazer parte do cardápio apenas de vez em quando, se precisamos apelar para um cardápio rápido e fácil; já que o  encontramos logo ali na esquina... Pra mim, o comprado pronto já não faz sucesso... 
Mas, se for o que a Jandirinha assa na panela de pressão... Hummmmmm... Tem o gosto daquele lá das quermesses da minha memória... 
Aprendi a fazer; sigo à risca o jeito ensinado! 
Comprei um frango de um quilo e setecentos gramas e retirei os excessos de pele e o que vem dentro. Dei-lhe um bom banho, escaldei-o com água fervente, enxuguei bem, com um pano de prato, e temperei-o com uma colher de sopa, bem cheia, do meu tempero. 
Ficou descansando por duas horas. 
Numa panela de pressão grande, com dois copos de óleo aquecido, coloquei o frango inteiro e deixei-o fritar bem de um lado, para, depois, virá-lo, pra fritar do outro lado. O óleo não pode estar muito quente, mas também não pode estar frio, nem morno. O fogo também não pode ser exageradamente forte, nem fraco. O equilíbrio dá o tom... 
Assim que fritou dos dois lados, observei que era só óleo, sem caldo, o que restava na panela. Coloquei a tampa e, ao perceber que pegou pressão, marquei o tempo, programando cinco minutos. Dois minutos depois, abaixei o fogo (minha mãe faz o caipira assim também, acrescentando meio copo de água quente e marcando dez e, caso precise, mais cinco minutos). Terminados os cinco minutos, desliguei, então, o fogo e deixei que, naturalmente, acabasse a pressão, para abrir, tranquilamente, a panela. Aí, é a hora de fazer o teste do garfo. É só cutucar as juntas (na coxa e sobrecoxa) pra sentir que está assadinho e não sangra (se sangrar, vai precisar de mais três minutos de pressão). Passada a prova do cutucão, é só retirar o danadinho assado e pronto pra satisfazer essa necessidade saudável de comer, comer, comer... Você está servido (a)? Eu ataco as asas...
Vale aqui uma dica:
Na última vez que fiz este frango, depois de seguir todos os passos, antes de colocá-lo na panela de pressão com óleo quente, eu o enxuguei com um pano de prato e passei, esfregando, em toda extensão com pele, duas colheres (sopa) de farinha de rosca que misturei com uma colher (sopa) de farinha de trigo. Dica nova da minha mãe; para que o frango fique mais sequinho. Achei o resultado excelente.