terça-feira, 8 de abril de 2014

PIZZA INSTANTÂNEA

Domingo bem encaminhado pro finalzinho e a turminha curte, ainda, os últimos raios solares. A vó fez pão de queijo, tem bolo de cenoura, frutas, dindins de vários sabores, mas... falta alguma coisa. A meninada nadou e a fome, na chácara, é insaciável...
Podia fazer pizza, penso com a ajuda da minha vontade de agradar. Só tem um porém: o queijo muçarela foi todo usado na lasanha de frango servida no almoço. Consulto a geladeira e vejo a vasilhinha com o resto do molho de frango da lasanha; um pacotinho de queijo parmesão e queijo minas ralado... Resolvido: dá pra improvisar e inventar uma pizza instantânea. Mesmo sem o queijo certo...
É nesta hora que entram as apostilas que a Regina, a mocinha feliz que trabalhava na secretaria do Centro 05 de Taguatinga organizava para a nossa turminha de professoras cozinheiras. Era tempo de mimeógrafo. Ela escrevia as receitas à mão, no estêncil, fazia um tanto de cópia e organizava o catatau de receitas de tortas, de empadas, de biscoitos, de bolos... E saia distribuindo...
Encontrei, em uma dessas apostilas, uma receita que costumava fazer bastante, nos idos anos 90.
No liquidificador, coloquei dois ovos; duas colheres (sopa) de açúcar; duas colheres (sopa) de margarina; uma colher (sobremesa, rasa) de sal; duas xícaras (chá) de leite morno e deixei bater por uns três minutinhos, na velocidade mais possante. Acrescentei, então, três xícaras (chá) de farinha de trigo, devagar, deixando incorporar bem, desligando o liquidificador, de vez em quando, e mexendo com uma colher. Por último, adicionei uma colher (sopa) de pó-royal.
Resultou em uma massa suficiente para duas formas (grande) de pizza. Untei as formas com margarina, polvilhei farinha de trigo, despejei a massa e levei-as as ao forno, pré-aquecido a duzentos graus.
Enquanto assavam, preparei a cobertura.
Em uma vasilha, misturei duas xícaras de molho de tomate com pedacinhos de peito de frango (já estava preparado; se não, teria sido apenas o molho pronto que vem temperadinho e pronto); uma lata (sem o líquido) de milho verde em conserva; uma colher (sopa) de orégano; um pacote de 100 gramas de queijo parmesão; uma xícara (chá) de queijo minas ralado e meia xícara (café) de azeite de oliva. Mexi bem e espalhei essa mistura sobre as massas de pizza, quando percebi que estavam assadas. As assadeiras foram levadas, novamente, ao forno, mais uns cinco minutinhos. O cheirinho tomou conta da cozinha e espalhou-se pela casa, arrebanhando os netos e agregados para o momento de alegre prazer coletivo, em torno da mesa da cozinha... Na companhia do amigo certinho nessas horas de gula: o catchup, claro!


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sábado, 5 de abril de 2014

SOPA DE VINAGRE


Esta é do tempo que meus filhos andavam à minha volta e eu os via apenas com os olhos do coração. A distância, que o tempo se encarregou de desenhar entre nós, permite-me, hoje, ver dos dois modos. Os olhos da razão me contam o que eu sabia: somos à semelhança dos nossos; semelhança entranhada nas novidades e nas circunstâncias do momento. Como diz minha filha, tem vezes que o que persiste é o melhoramento genético; tem vezes que o pioramento genético marca mais...
Mesmo com uma pitadinha de nostalgia, atendendo pedido de uma das norinhas queridas, passo a fazer a sopa de vinagre que tantas vezes nós seis degustamos, em restaurante chinês. Desenvolvi a minha própria receita. Gostamos tanto quanto a do tal restaurante. Com a diferença que faço com muito cuidado e asseio (a vigilância sanitária nunca precisou cerrar minhas portas).
Comprei um pacote de um quilo de legumes congelados (heheh; quanto mais velha, mais sabidinha e prática!) e refoguei o conteúdo em uma panela onde, com antecedência, pus três colheres (sopa) de óleo de soja e uma cebola picadinha pra fritar um pouco. Mexi, suavemente, por uns três minutinhos. Reservei em vasilha à parte. Na mesma panela, pus um litro de água e um tablete de caldo de carne e esperei ferver. Dissolvi duas colheres (sopa) de maisena e adicionei ao caldo, devagar, mexendo sempre pra não criar pelotinhas. Deixei ferver bem, mexendo sempre... Experimentei o sabor, acrescentei um copo de shoyu e uma colher (sopa) de açúcar. Continuei mexendo... Acrescentei uma xícara (chá) de vinagre de álcool. Quando ferveu novamente, acrescentei os legumes que estavam de ladinho, só observando e esperando a hora de entrar em cena. Experimentei, pus mais água (se estiver sem sal, acrescente mais shoyu).  
Assim que a sopa ficar na consistência desejada ( igual a desses caldos que vendem por aí), é bom experimentar se põe mais vinagre, se põe mais tempero, se põe aquela carninha de frango, já pronta, desfiadinha que sobrou do almoço (ou a de boi, moída, também já pronta). Mas, se não tiver carne, não vai fazer falta: é, basicamente, uma sopa de legumes...
Uma boa dica: na horinha de servir, bem quentinha, acrescente tofu picado em pedacinhos e nem mexa... Não precisa; trata-se de um queijo de boa consistência. Ele derrete por igual e ocupa seu espaço... Quando não tenho tofu, pico queijo minas fresco, em pedacinhos, e sirvo à parte. Quem gosta, acrescenta ao prato servido.

Pessoinhas queridas, nem pensem em virar o nariz sem experimentar! É uma sopa deliciosa! O vinagre dá um toque tchan!!!!

Nesta que fiz hoje, a da foto, acrescentei repolho. Lavei as folhas e cortei-as, em tirinhas e acrescentei tudo à sopa quase pronta, quando dava a última fervidinha. E o queijo, fresquinho, veio da chácara vizinha...

GELEIA DE ABACAXI E PIMENTA

Tem coisa que aparece na nossa vida e vai sendo incorporada ao DNA (acho que, neste caso, já era parte da história dos meus antepassados e o costume se perdeu na estrada da vida...). Desde que desenvolvi esta receita, sem o sabor desta geleia, a carne não fica perfeita. Com ela, a cor e brilho do momento parecem ser muito mais intenso!
No liquidificador, quatro rodelas de abacaxi picadinhas e uma xícara (chá) de açúcar. Processou bem rapidinho. Aí, levei ao fogo baixo e deixei cozinhar, mexendo de vez em quando. Quando ficou na consistência mais durinha (o abacaxi tem a capacidade de mudar de cor; cria um brilho), adicionei uma pitadinha de sal e duas pimentas dedo-de-moça, em pedaços pequeninos (sem as sementes). Acrescentei uma colher (sopa) de vinagre de álcool, mexi mais umas duas a três vezes e desliguei o fogo.
Resulta daí uma geleia que fica bonita e faz sucesso com doce e com salgado: com sorvete, com carnes (principalmente a de porco e peixe), com manjar...

Fica com um ardidim leve, lá longe. E um gostim muito bom de quero mais...
Na primeira foto, fiz a geleia sem as sementes da pimenta dedo-de-moça e não coei, depois de cozida, e antes de pôr o açúcar.
Na segunda foto, cozinhei as sementes junto com a pimenta e o abacaxi; bati no liquidificador, coei e levei ao fogo com o açúcar. Com certeza, a cor resultante do segundo jeito deixa a geleia muito mais convidativa...