segunda-feira, 22 de junho de 2015

PIZZA DE PÃO


Receitas práticas, tipo vapt-vupt, são tesouros que nós, as provedoras de deliciosos sabores nas memórias dos familiares temos a obrigação de compartilhar com nossas semelhantes.
Esta pizza fica deliciosa e, num piscar de olhos, desaparece. No seu lugar, fica uma profusão de sorrisos enfeitando semblantes de felicidade...
Precisei de uma forma retangular média, bem untada com margarina, para dispor, lado a lado, 6 fatias de pão de forma, com maionese espalhada na parte de cima de cada fatia.
Sobre cada pedaço de pão, arrumei uma fatia de queijo e uma de presunto e, em seguida, espalhei duas colheres (sopa, rasas) de orégano e uma xícara de molho de tomate temperado e pronto (gosto muito de usar o fugini). Cobri, então, com outras 6 fatias de pão e reservei, enquanto batia, no liquidificador, três xícaras (chá) de leite integral, três colheres (sopa) de queijo parmesão ralado, três ovos inteiros e uma pitada de sal. Essa mistura incorporada foi despejada, uniformemente, sobre as fatias de pão dispostas na assadeira. Só faltava levar ao forno para assar e, em seguida, servir para os ansiosos apreciadores das mágicas que a minha cozinha proporciona. Demorou um pouquinho. No forno médio, foram 25 minutos. Mas, cada forno tem sua simpatia e magia...
É porque sabemos que a vida é promessa de possibilidades e de uma certa garantia, que nos é dado curtir momentos assim, em família, sem precisar pensar no amanhã; apenas, saboreando o momento...

Que venham, então, os bons momentos!

BOLINHOS DE CHUVA


Gostosura da infância, o bolinho de chuva.
Quando eu era pequena, minha mãe tinha o livro de receitas da Helena B. Sangirardi. Depois de casada, também comprei o meu, em 88, assim que saiu a terceira edição.
Leio, no prefácio da autora, que foram esgotados 250.000 exemplares do Alegria de Cozinhar para chegar ao Nova Alegria de Cozinhar, o exemplar que adquiri, com muita empolgação.
Realmente, um livro de muitos encantos e muita ajuda.
Pode parecer exagero, para quem tem acesso aos meios internéticos atuais. No meu tempo, um livro era um objeto de desejo e consegui-lo era uma bela conquista. De receitas, então...
Pois foi na minha edição, à página 515, que encontrei a receita da minha infância, aquela que minha mãe fazia. O nome é sonho. Porque a autora era muito sofisticada e fazia as adequações para o moderno, buscando atingir todas as regiões do país. Mas, lembro-me bem: a tia Anastácia do Sítio do Picapau Amarelo fazia bolinhos de chuva e a ilustração era igual ao que me era dado saborear, ao vivo e recheado de sabores e gostosuras, na cozinha onde eu brincava de ser - e era - uma criança feliz.
Os ingredientes são os mesmos, mas a quantidade, com o tempo, sofreu variações. E, em vez de batedeira, uso o liquidificador. Coloquei, no copo do liquidificador, três ovos; duas colheres (sopa) de açúcar; gotas de essência de baunilha; e meia xícara (chá) de leite. Deixei bater uns minutinhos e retirei a tampa para acrescentar, devagar, três xícaras (chá, rasas) de farinha de trigo. Aos poucos, desligando e ajudando a incorporar com uma colher, ligando novamente, acrescentando mais um pouquinho de leite (pouco menos de meia xícara)... a massa foi ficando na consistência certa. Adicionei, então, uma colher (sopa, rasa) de pó-royal e mexi. O ponto da massa é o de retirar com a colher e colocar no óleo quente para fritar. Faço do mesmo jeitinho que a minha mãe: empurro com o dedo indicador a massa que a colher consegue recolher e fico olhando os bolinhos mergulhando no óleo quente e crescendo e, imediatamente, aceitando ser virado para o outro lado, para resultar num delicioso bolinho de chuva, uniformemente frito.
Retirados da frigideira, para escorrer sobre papel toalha, é só polvilhar açúcar refinado por cima e deixar a turma deliciar-se.
Ou não! Pode ter a variável da continuação, para fazê-los mais incrementados! Faço-os mesmo como sonhos. Pois abro um por um, acrescento o recheio e passo no açúcar refinado. Aí, sim, ficam como gosto.
Para fazer o recheio, despejei dois copos (americano) de leite integral; uma gema de ovo, gotinhas de essência de baunilha, meia xícara (chá) de açúcar, e três colheres (sopa, rasas) de maisena, em uma panelinha, e levei ao fogo, mexendo, sempre. Fica pronto, rapidinho.
Vou ficar devendo a foto. Quando me lembrei que gosto de compartilhar o resultado, já não tinha unzinho mais para posar para a tal foto... e estavam querendo que eu partisse para uma nova edição. Fiquei esperta e abandonei o fogão.

Lembrei-me de ligar para a minha mãe, para saber sobre o exemplar dela. A resposta alegrinha foi: “tá aqui; com folhas soltas, já sem capa, mas inteirinho”.