A intenção é passar receitas simples, para dar qualidade e sabor ao cotidiano. Uma maneira de compartilhar minhas experiências no laboratório mágico da minha cozinha. Sei que será uma ajuda para iniciantes e poderá servir de incentivo naqueles dias em que a vontade é comer o elaborado que não seja sofisticado. Meu e-mail: cleiagerin@gmail.com
domingo, 4 de março de 2012
ANTEPASTO DE BERINJELA
Guardada na geladeira, já durou mês, esta delícia que aprendi a fazer com uma das minhas melhores amigas, a Vera Suguri, fiel companheira de jornada, a quem devoto muita admiração. Muitos são os motivos que fazem esta amizade ser eterna. Por causa dela, e das suas qualidades, sou mais exigente com a maneira como gasto meu tempo. Ninguém a supera em dedicação em relação a tudo que faz. Foi em uma festa de aniversário dela, quando também inaugurou sua nova casa, uma mansão, que serviu este antepasto. Passou a receita por telefone. Nunca se negou a dividir as suas receitas. Ensina com gosto. Entendi que, por ser descendente de oriental, assimilou com tanta facilidade tudo que produz, na cozinha, que sente prazer em compartilhar. Quase chego perto... Mais uns quarenta e dois anos de convivência e, talvez, possa considerar-me discípula dela. Vamos lá... Cortei, depois de retirar a parte do talo, em tirinhas fininhas, três berinjelas (o equivalente a meio quilo). Utilizei duas colheres (de sopa, cheia) e meio copo (americano) de vinagre, para temperar, antes de levar à geladeira, em vasilha de vidro, com tampa. Deixei descansar de um dia para o outro. Aí, escorri o líquido e despejei a berinjela fatiada em uma peneira, que dispus sobre a mesma vasilha de vidro e levei para a geladeira, para continuar o processo de retirada do líquido. Mais um dia de paciência. Só então, preparei-me para fazer o refogado. Cortei, em tirinhas fininhas, três tomates verdes (retirei as sementes); duas cebolas grandes; cem gramas de azeitonas; um pimentão verde, um amarelo e um vermelho (sem as sementes); duas pimentas vermelhas (dedo-de-moça, sem as sementes) e refoguei em uma panela com um copo (americano) de azeite extra-virgem (acho importante esperar até que o azeite fique bem quente, antes de despejar os ingredientes, ou cria água e não fica ao dente), mexendo, de vez em quando, conforme percebia que quase grudava no fundo da panela. Assim que o refogado ficou quase sem líquido, dando pra perceber o azeite, no fundo da panela, acrescentei uma xícara (café) de açúcar, duas colheres de orégano e a berinjela (que retirei da geladeira assim que comecei a cortar os ingredientes, para ficar na temperatura ambiente, apropriada a um refogado). Mexi e experimentei. Acrescentei um pouquinho de sal, pois gosto mais salgadinho. Quando percebi que ficou pronto, desliguei o fogo, despejei o antepasto em vidros (deixei pra colocar a tampa depois de frio, quando, então, levo à geladeira)... E fiz a festa com a panela, onde deixei uma certa quantidade pra saborear com um pão francês. Adoro! É neste momento que revisito minhas memórias direcionadas para um tempo passado, de felicidade, aprendizagem e pertencimento, tendo minha amiga Vera como protagonista e personagem importante da minha história. Amiga amada, mesmo à distância, é solidária em tempos de atenção e alerta máximos, e é um coração bastante acolhedor. Desde 1970, quando nos encontramos em uma sala de aula, cursando Letras na UnB.
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