terça-feira, 29 de dezembro de 2020

DOCE DE JACA

 Acho difícil achar alguém que me supere no quesito invenção de serviço extra...

Pois hoje mesmo, pouco antes do meio-dia, arrumando a cozinha do almoço, convicta que teria uma tarde de descanso, ouvi, lá longe, no quintal, o barulho de algo que caiu do alto e estabacou no chão...
Na hora, torci pra ser uma jaca...
Peguei um balde e lá fui eu em busca do desvendamento do barulho instigante.
Era mesmo uma jaca!
Pena que era do tipo mole e, a maior parte, estava podre.
Mesmo assim, agachei-me e escarafunchei a danadinha, que me premiou com uns bons bagos docinhos.
Comecei, então, a vasculhar os três pés de jaca que nasceram enroscados e chamam a atenção por terem troncos enroscados e copa alta e frondosa.
Adoro pés de jaca!
Adoro as folhas que brilham um verde muito forte e chamativo.
Então, descobri uma jaca enorme, bem no alto, com toda pinta de madura. Tinha uma mancha do lado; parecendo que começava a apodrecer.
Cutuquei a danadinha, com uma vara de bambu e ela caiu. E continuou inteira!!!! Já antevi meu momento sublime saboreando o doce que, com certeza, eu iria fazer! Era jaca do tipo duro.
Pois comecei a lidar com a danadinha por volta de meio-dia e quinze e só acabei às 16:35 h.
Cortei a jaca ao meio e fui tirando os bagos. Depois, cortei cada bago ao meio e retirei as sementes.
Enquanto fazia essa árdua tarefa (aproveitei pra me fartar de tanto comer jaca!), pus panela no fogo, pra adiantar o serviço. Dentro da panela, pus um litro de água; um prato fundo cheio de açúcar e meia xícara (chá) de suco de limão.
Quando terminei de separar bagos e sementes, joguei os pedaços na calda que já começava a ficar em ponto de fio...
Mexi, deixei cozinhar, mexi, começou a ferver, mexi, experimentei se estava bom de açúcar... não estava... adicionei mais uma xícara (chá)... Mexia e observava e mexia e observava...
Ficou pronto em doze minutos, pois a chama do fogão industrial é bem forte.
E rendeu muito doce.
Ficou maravilhoso...
Acondicionei o doce em vidros (foto).
Agora, toca vigiar pra só deixar comer quem sabe, realmente, apreciar a iguaria...




domingo, 29 de novembro de 2020

DICA N° 13: COMO EMBALAR CARNE PARA LEVAR AO FORNO

Você costuma usar papel alumínio para embalar carnes que vai levar para assar? Fica muito brava quando fica pronto e, em certas partes, o papel alumínio insiste em não desgrudar?

Certa vez, a mãe de uma amiga contou que, antes de existir papel alumínio, ela usava papel de pão (fica retangular o saquinho aberto) besuntado de gordura, óleo, ou margarina. Era só espalhar com vontade... 

Já me aconteceu de não ter o papel alumínio e fazer uso dessa dica, com grande sucesso.

Pois hoje resolvi inovar: abri o papel alumínio, coloquei o papel de pão por cima, besuntei de óleo, enrolei a panceta suína, já temperada, recheada e amarrada e levei ao forno. Quando ficou no ponto de retirar o invólucro, que grata surpresa: nada grudou em nada; tudo soltinho... 

Uma ressalva: tem de ser o saquinho de cor parda. O de papel branco é muito fino e fica meio mimetizado com a carne... 

sábado, 28 de novembro de 2020

DOCE DE MAMÃO CRISTALIZADO

 

Pra se ter essa delícia vai ser preciso mais de um dia...

A bem da verdade, fica pronto em duas ou três horas, depois dos pedaços imersos na água com cal (ou com bicarbonato), mas a problemática é que tem de ficar de um dia para o outro, na calda.

Vamos lá?

É doce tradicional, herdado desde o tempo das pentavós...

Pausa para questionamento: como será que alguém, lá no passado dinossáurico, descobriu que pedaços de fruta imersos na água com cal resultavam em doce de mordidas adoráveis na parte externa meio durinha e a surpresa deliciosa da polpa da fruta molhadinha, dulcíssima, resguardada lá dentro? Ponho minhas duas mãos na calda fervente, dentro do tacho de doces, se alguém conseguir provar que não surgiu da mente de alguma matrona gulosa que tinha tempo pra ouvir a voz de Deus!!!!!

Comprei dois mamões. Verdes, mas, com a casca mostrando umas poucas marquinhas de amarelo, indicando que, por dentro, a cor que eu procuro me aguarda. Isso aqui é dispensável, pois pode ser verde total... É que minha expertise é fazer com o mamão tipo formosa pensando em amadurecer... Pois a cor brilhante do doce pronto é uma alegria para os olhos e combina, maravilhosamente, com o sabor.

Cortei cada mamão em quatro partes, no comprimento; descasquei; tirei as sementes e raspei (com uma colher) a rebarba que fica grudada entre o mamão e as sementes; cortei em pedaços (cada parte em cinco para que me veja premiada com quarenta pedaços) pus na água limpa; despejei, repeti o processo mais duas vezes; acrescentei água limpa - até cobrir os pedaços - e três colheres (sopa, rasa) de cal. Deixei descansar por duas horas (de vez em quando, mexia com as mãos, pois o pó branco fica teimando, sem querer dissolver). Terminadas essas duas horas de interação com a cal, lavei bem os pedaços de mamão em água corrente e reservei.



Numa panela grande (não faço no tacho, não, porque vai ficar de um dia para o outro e aprendi, desde pequeninha, que o doce não pode esfriar no tacho, ou cria zinabre e dá piripiri), coloquei litro e meio de água pra ferver e joguei os pedaços da fruta. Dez minutos depois, na outra chama, a mesma quantidade de água, em outra panela. Porque tem de ocorrer um procedimento conjugado: vou levar a panela dos quarenta pedaços à pia e despejar a primeira quantidade de água e, em seguida, acrescentar a água que está na chama ao lado, já fervendo, pra voltar a panela pro fogo...  Torno a colocar outra água pra ir esquentando (esta próxima, no processo, vai ser a calda). Ou seja, por duas vezes, pus os pedaços pra ferventar e tive a certeza que o leite da fruta verde (um tanto quanto verde) foi descartado.   

Quando escorri a água da segunda vez, além da água fervente, acrescentei uma pitadinha de sal e açúcar. Inicialmente, cinco xícaras (chá) de açúcar. Deixei ferver por vinte minutos. De vez em quando, mexia: os que estavam por baixo também têm o direito de ficar por cima...

Experimentei o açúcar da calda e acrescentei mais duas xícaras. Ferveu por dez minutos, desliguei o fogo, cobri a panela com um pano (sem tampa, ou pode murchar!!!!) e despedi-me. Amanhã, estaremos de volta...

No dia seguinte, enquanto fazia o almoço, liguei a panela e observei a calda quase secar de todo. Preparei uma peneira sobre uma bacia e espalhei os pedaços. Ali, além de escorrer o restinho de calda, o doce esfria e acontece a transformação linda de ver. A foto continua a descrição, misturando beleza e brilho.

Quanto ao sabor, deixa comigo...

Tá servid@?



quinta-feira, 23 de abril de 2020

BATATINHA AO MOLHO

A receita de hoje é bem simples.
Escrevo-a, atendendo a um pedido.
No almoço, enquanto se deliciava e comentava "adoro batatinha desse jeito que você faz, vovó!", a Juliana acrescentou:
- A receita está no blog, né?
Agora há pouco, quando lhe pedi para pegar o aparelho de medir pressão, e comentei que ando meio estranha, ouvi dela:
- Escreveu lá no blog o jeito de fazer a batatinha?
Resolvi atender rsrsrsr
Nessa receita, vamos precisar de uma panela média onde vou colocando: meia colher (sopa, rasa) do MEU TEMPERO (é uma das receitas do blog); umas quatro batatinhas (gosto das grandes) picadas em cubos médios; uma colher (sobremesa, rasa) de açúcar; uma colher (sobremesa, rasa) de açafrão; uma colher (sopa, cheia) de margarina; meia cebola batidinha e cortada bem fininha; e água que fique pela metade do volume das batatinhas nessa panela escolhida.
Levo ao fogo.
Enquanto cozinha, experimento o sal e, quase sempre, acontece de ter de acrescentar um pouquinho mais...
Não demora muito pra que, com um garfo, eu confirme que as batatinhas já estão bem macias.
Sobra um caldo grosso no fundo da panela.
Pronto, é isso.
Simples assim.
Tomara que eu ainda cozinhe muitas batatinhas...
E que eu ainda tenha tempo de escrever as receitas prediletas dessa nova geração que encanta meus dias.