Que
lindas mexericas morgote eu comprei!
As morgotes são o resultado de um
cruzamento feliz entre a laranja e a tangerina.
A
cor alaranjada da fruta é um convite; e a salivação é a prova que foi instigado
o sentido que provoca a gula!
Eis
que senão quando, pediram-me uma receita de geleia de mexerica e foi assim que
aprendi a fazer a geleia e a aproveitar as cascas!
Nas
minhas pesquisas, nos livros de receitas da minha mãe e nos que ganhei ao longo
da vida, procurei por geleia e achei só de laranjas.
Aí, descobri que não deveria
jogar fora as cascas, pois posso fazer um doce em tirinhas (lembro-me de ter
visto alguém vendendo esse doce de casca, certa vez. Há uns bons vinte anos.
Não me apeteceu. Tinha restrições a essas receitas que usam cascas).
A
receita da geleia (veja bem, da geleia) ensina a aferventar cascas, descartá-las
e, em seguida, a aproveitar a calda da fervura para essa geleia...
Pensei,
então, não vou descartar as cascas! Vou fazer doce delas para experimentar se
gosto...
E
fiz o doce de tirinhas com a casca - e a geleia com a calda.
Tudo ficou
supimpa!
De
olhos bem abertos, então, daqui pra frente!
Pois
vamos ter duas receitas com as mexericas!
Mãos
à obra:
Tirinhas
Descasquei seis mexericas e reservei as cascas. Tive o cuidado de retirar aquela parte mais durinha e risquei a casca, com faca, para facilitar a retirada em
quatro pedaços. Pus todas as partes em vasilha, cobri com água e levei ao fogo para ferver.
Repeti o processo três vezes. Escorri a água e deixei as cascas esfriarem.
Cortei, então, as tirinhas.
Devolvi
as cascas em tirinhas à mesma panela, acrescentei uma xícara (de café) de água
e uma (de chá) de açúcar e levei, novamente, a panela ao fogo. Mexi, vez ou outra, com colher de
pau (não pode ficar em ponto de calda grossa; então, precisei acrescentar duas
colheres (de sopa) de água) e esperei as tirinhas ficarem no ponto de brilho.
Assim
que vidrou, desliguei o fogo e escorri, em peneira, recolhendo a calda e
reservando-a.
As
tirinhas ficaram esfriando, e escorrendo...
Depois
de bem escorridas e frias, passei-as no açúcar, e espalhei-as sobre papel manteiga
para secarem.
Assim que secaram, coloquei-as em pirex e deixei-as bem à mão, pois ficam
irresistivelmente atrativas aos olhos e ao paladar.
Geleia
Pus
a panela com a calda no fogo e acrescentei pedaços das quatro mexericas (que
cortei em pedaços, tendo o cuidado de retirar sementes); uma xícara (de café)
de água; e uma xícara (de chá) de açúcar. Deixei cozinhar por uns quinze
minutos. Aí, desliguei o fogo e bati o conteúdo no liquidificador. Depois, coei
e levei, novamente, ao fogo. Deixei cozinhar até dar o ponto de geleia (fui
testando num prato onde punha meia colher do doce e esfriava até conseguir o
ponto certo...).
Despejei,
então, em dois potinhos de vidro, daqueles de boca larga. Ficou pronta a geleia.
A
grande pedida é apreciá-la sobre uma torrada, acompanhada de um chá fumegante.
Achei o resultado perfeito!