segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

SORVETES

 

Houve um tempo quando a casa da chácara era uma bagunça só, com adolescentes e crianças curtindo fim de semana de sol, com direito a piscina, muita bola, pão-pizza e sorvetes... Hummmm, sorvetes!

Foi dessa lembrança que me veio a ideia de retomar – para esta recente geração de netos merecedores de mimos – as receitas e a prática de ter sorvetes de sabores variados para agradar geral.

De quinze dias pra cá, já fiz três receitas de chocolate; duas de coco; uma de milho verde; uma de limão e uma de ameixa. A predileta deles é a de chocolate. Chamam de sorvete chicabon. Realmente, lembra muito o gosto do picolé da Kibon... A minha receita predileta é a de ameixa.

Minha mãe e meu pai tiveram sorveteria na nossa cidade natal e ela dizia “faça uma base com leite, maisena e açúcar e invente, a partir daí, qualquer sabor que dê certo com leite e você terá um preparado para congelar, bater na batedeira e servir com gosto, porque você terá feiro sorvete”.

No tempo dela, não havia emulsificante e liga neutra. Mas havia um outro recurso que era o segredo da magia dos sorvetes de consistência agradabilíssima ao paladar: um fermento. A consistência dos que meus pais faziam também contava com a magia da máquina de sorvete da marca Toquini. Era moderna para a época, mas ainda um recurso bem rudimentar.

Tenho na memória cenas do creme sendo posto na bacia que rodava mergulhada na água bem gelada, enquanto pás se moviam transformando o líquido em massa, dobrando de volume aquele creme que meus pais - ora um, ora outro -, faziam no fogão e esperavam esfriar para levar à máquina.

Que delícia!

Admiradora apaixonada por essas delícias geladas, vasculho minha memória e ponho mãos e coração nessa empreitada, nessa alquimia que traz resultados que me fazem um bem danado.

Então, vamos às mais recentes receitas!

SORVETE CHICABON

1° passo

Numa panela, coloquei meio litro de leite; duas colheres (sopa, rasa) de maisena e uma xícara (chá) de açúcar. Levei ao fogo e mexi sem parar, até ferver bem e tomar consistência de um mingau ralo. Levei ao freezer e esperei esfriar.

2° passo

Despejei o mingau no copo do liquidificador, acrescentei três colheres de Toddy e uma colher (chá) de liga neutra. Deixei bater por cinco minutos. Devolvi o creme para a vasilha anterior que voltou ao freezer. Agora, por duas horas.

3° passo

Perto de completar as duas horas, fiz a mistura que chamam ganache: coloquei trezentos gramas de cobertura de chocolate meio amargo, picado, em uma pirex; acrescentei meia caixinha de creme-de-leite e levei ao micro-ondas para derreter o chocolate, incorporando o creme-de-leite. Coloquei por meio minuto, retirei, mexi, voltei a vasilha para o micro-ondas por mais meio minuto e repeti até que ficou bem líquido. Reservei.  

4° passo

Pus a mistura que esteve no freezer por duas horas na tigela da minha batedeira e acrescentei três colheres (sopa, rasa) de leite em pó e uma colher (chá) de emulsificante. Deixei bater por dez minutos. Acrescentei o ganache e deixei bater por mais três minutos.

É lindo de ver o resultado, pois dobra o volume e fica bem aerado.

Finalmente, foram feitos todos os passos e só falta despejar nas vasilhas de sorvete, voltar para o freezer e esperar algumas horas (por volta de seis horas) para, então, saborear esse manjar dos deuses!

SORVETE DE MILHO VERDE

1° passo

De seis espigas de milho verde, consegui duas xícaras de caroços que levei ao liquidificador, com um copo de leite e pus pra bater, coando em seguida, rendendo quase dois copos. Completei com leite para alcançar meio litro de líquido, no total. Numa panela, coloquei a mistura de leite e milho e acrescentei uma xícara de açúcar. Levei ao fogo e mexi sem parar, até ferver bem, tomar consistência de um mingau e cozinhar bem o milho. Levei ao freezer e esperei esfriar.

2° passo:

Despejei o mingau no copo do liquidificador, acrescentei meia caixinha de creme de leite e uma colher (chá) de liga neutra. Deixei bater por cinco minutos. Devolvi o creme para a vasilha anterior que voltou ao freezer. Agora, por duas horas.

3° passo

Pus a mistura que esteve no freezer por duas horas na tigela da minha batedeira e acrescentei três colheres (sopa, rasa) de leite em pó; a outra metade da caixinha de creme-de-leite e uma colher (chá) de emulsificante. Deixei bater por dez minutos.

Feitos todos os passos, despejei a mistura nas vasilhas de sorvete, levei-as ao freezer e esperei algumas horas (por volta de seis horas) para, então, saborear esse manjar que me leva de volta ao passado, porque o gosto é um dos muitos que minhas papilas gustativas registraram, lá na infância!

 

SORVETE DE AMEIXA

1° passo

Em uma panela, coloquei meio litro de leite; duas colheres (sopa, rasa) de maisena; uma caixinha de leite condensado e meia caixinha de creme-de-leite. Levei ao fogo e mexi sem parar, até ferver bem e tomar consistência de um mingau. Pus no freezer e esperei esfriar.

2° passo

Em uma outra panela, coloquei duzentos gramas de ameixa sem caroço; meia xícara de água; duas colheres de açúcar e levei ao fogo até ferver por três minutos. Deixei esfriar; pus no liquidificador, liguei o pulsar três vezes (o objetivo aqui foi o de evitar pedaços muito pequenos) e reservei.

3° passo

Despejei o mingau no copo do liquidificador, acrescentei uma colher (chá) de liga neutra. Deixei bater por cinco minutos. Devolvi o creme para a vasilha anterior que voltou ao freezer. Agora, por duas horas.

4° passo

Pus a mistura que esteve no freezer por duas horas na tigela da minha batedeira e acrescentei três colheres (sopa, rasa) de leite em pó; a outra metade da caixinha de creme-de-leite e uma colher (chá) de emulsificante. Deixei bater por cinco minutos, acrescentei o preparado com a ameixa e deixei bater mais cinco minutos.

E o sorvete maravilhoso ficou pronto, com pedaços de ameixa dando o tom diferente na aparência certa de ter resultado saborosíssimo...

Foi posto no freezer por seis horas.

Até aqui, todos que tiveram a alegria de degustar essa delícia fizeram questão de elogiar muito.

Sou suspeita, pois é meu sabor preferido, mas ficou supimpa mesmo! Esse jeito caprichado que empenhei, ao fazer, alcançou o objetivo, pois o sabor ficou especialmente igual ao que as mãos de fada da minha mãe faziam. Só não consigo aquela delícia de textura, pois a máquina de bater o creme para virar sorvete era de qualidade incrível; nem se compara à alcançada na minha humilde batedeira.

 

SORVETE DE COCO

1° passo

Numa panela, coloquei meio litro de leite; duas colheres (sopa, rasa) de maisena; dois pacotinhos de coco ralado (100 g cada); meia caixinha de creme-de-leite e uma xícara (chá, rasa) de açúcar. Levei ao fogo e mexi sem parar, até ferver bem e tomar consistência de um mingau ralo. Levei ao freezer e esperei esfriar.

2° passo

Despejei o mingau no copo do liquidificador e acrescentei uma colher (chá) de liga neutra. Deixei bater por cinco minutos. Devolvi o creme para a vasilha anterior que voltou ao freezer. Agora, por duas horas.

3° passo

Pus, na tigela da minha batedeira, aquele mingau que esteve no freezer por duas horas e acrescentei três colheres (sopa, rasa) de leite em pó; o restante do creme-de-leite e uma colher (chá) de emulsificante. Deixei bater por dez minutos.

Adoro ver o efeito que faz o creme dobrar de volume, magicamente... Despejei nas vasilhas de sorvete e coloquei-as no freezer. Só resta ter paciência e esperar seis horas para começar a degustar esse sabor que nada fica a dever em relação aos outros.

 

SORVETE DE LIMÃO

1° passo

Coloquei 250 ml de água para ferver e despejei sobre o conteúdo de um pacotinho de gelatina de limão. Mexi bem, acrescentei mais 250 ml de água; uma xícara (chá) de açúcar e duas colheres (sopa, rasa) de maisena. Levei ao fogo, mexendo sempre, e esperei ferver e virar um mingau ralo. Pus no freezer para esfriar.

2° passo

Despejei o mingau de gelatina no copo do liquidificador e acrescentei uma colher (chá) de liga neutra. Deixei bater por cinco minutos. Devolvi o creme para a vasilha anterior que voltou ao freezer. Agora, por duas horas.

3° passo

Pus a mistura que esteve no freezer por duas horas na tigela da minha batedeira e acrescentei o suco de quatro limões (o equivalente a meia xícara (chá)) e uma colher (chá) de emulsificante. Deixei bater por dez minutos.

Voltou para o freezer, por mais deis horas. Já na vasilha onde vou servir o sorvete congelado, saboroso e cremoso.

Ficou com a cor artificial da gelatina; um verde clarinho, em nada parecido com o delicioso sorvete de limão que minha mãe fazia. Mas, o sabor, com o azedinho extra dos limões cravo que acrescentei, cumpriu o papel inicial de matar a vontade da minha criança interior saudosa das delícias que eu degustava naquela sorveteria onde meus pais pegavam ingredientes comuns e transformavam, magicamente, em sorvetes inesquecíveis!  

                      


 SORVETE DE CREME

Nesta minha atual fase de sorveteira, a minha lembrança desencavou, lá nas papilas gustativas da minha memória, o sorvete de creme que minha mãe fazia. Eu já estava pronta pra fazer o de amendoim, mas deixei passar, pois me veio à cabeça que o livro da Helena B. Sangirardi (Nova Alegria de Cozinhar, 3.ed, p. 454) teria as instruções sobre como fazer. Bem que eu poderia consultar o Google, que é nosso atual mestre cuca, mas quero o sabor mais próximo daquele que minha saudade da infância descreve para o meu paladar.

Pois estava lá! Não a receita toda, claro! Tem lá a explicação do comecinho do como fazer... e cheguei a rever minha mãe quebrando os ovos e separando as claras...

Hoje, contamos com emulsificante e com estabilizante, a chamada liga neutra. Naquele tempo, naqueles idos anos 60, esses ingredientes não existiam.

Perdi a conta das tantas vezes que vi minha mãe fazendo mágicas nas sessões de invencionices de sabores... E os fregueses da sorveteria elogiavam e repetiam e elogiavam e experimentavam todos os sabores que ela não se cansava de reinventar.

Juntei minha criatividade à convicta confiança de filha da Jandirinha e, inspirada, fiz um delicioso sorvete de creme.

Bom de rachar o bico de tanto lamber os beiços!

Não tem erro!

1° passo

Em uma panela, coloquei meio litro de leite pra ferver. Em uma tigela, pus três gemas; cinco gotas de baunilha e duas colheres de maisena. Mexi bastante, até derreter bem a maisena. Acrescentei uma xícara (de chá, rasa) de açúcar cristal. Quando o leite ferveu, afastei a panela do fogo (para não derramar, claro) e, com uma concha, despejei um pouco de leite sobre aquela mistura de ovo, maisena e açúcar. Mexi bem, acrescentei mais uma vez outra quantidade de leite que a concha comportou e despejei essa mistura sobre o leite na panela que voltou ao fogo. Tive o cuidado de peneirar a mistura. Mexi o tempo todo e logo começou a engrossar.

Levei ao freezer por duas horas, na própria panela, para esfriar.

2° passo

Na sequência, coloquei a mistura no liquidificador, acrescentei uma caixinha de creme de leite; três colheres (sopa, cheia) de leite em pó e meia colher (sobremesa, rasa, de estabilizante (liga neutra)). Deixei bater por cinco minutos. A mistura voltou para a mesma vasilha e foi posta no freezer, por mais duas horas.

3° passo

Passado o tempo, despejei o conteúdo na tigela da batedeira, acrescentei meia colher (sobremesa, rasa) de emulsificante e deixei bater, na velocidade máxima, por dez minutos.

Deu dezesseis copinhos de 200 ml (não enchi; pus quantidade pouco acima da metade).

Voltaram para o freezer.

Amanhã, depois do almoço, a meninada se lambuza e faz valer a pena esse amor todo que a avó esparrama em cada vasilhinha...  




segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

QUIBE CROCANTE


Mais uma receita herdada, com toques de magia e muita experiência de uma cozinheira que sabia prender cativo qualquer um que se deixasse seduzir pelo seu tempero e suas dicas culinárias: minha mãe.

Na verdade, nossa mãe. Da Carminha e minha. Foi a minha irmã Carminha quem se especializou em fazer quibe igual ao que a dona Jandira fazia.

Quando se casou e meu pai montou um bar, em 1949, lá no interior de São Paulo, na cidadezinha de Ipuã, minha mãe bombava fazendo quibes que ficaram tão famosos que, até hoje, temos notícia de gente nostálgica salivando com a lembrança gustativa marcante...

- Cada quibe era uma refeição completa, pois tinha, como recheio, um ovo inteiro, cozido.

Pois fiz a encomenda/intimação pra minha irmã e, dia primeiro deste ano da graça de 2021, no almoço, pudemos matar a saudade, pois a tia Carminha se empenhou e pudemos saborear a iguaria sendo frita à proporção que atacávamos.

De acordo com a herdeira da receita e do jeito de fazer, ela pôs meio quilo de trigo em uma vasilha, acrescentou água até cobrir e deixou de molho por 20 min.

 Enquanto isso cuidou de cozinhar a carne do recheio: meio quilo de músculo moído (com 150 gr de bacon) que ela refogou em uma colher (sopa) de óleo de soja.

Enquanto a carne fritava, minha irmã colocou o tempero: caldo e pedacinhos de pimenta em conserva, com pitadas de pimenta do reino e um pouco de tempero baiano (lembrando que o bacon é salgado).

Ela experimentou, gostou, resolveu que estava bom e deixou cozinhar até secar todo caldo que criou no cozimento.

Então, desligou a panela e reservou para esfriar.

Já havia passado o tempo do molho do trigo, então, a Carminha retirou o excesso de água que ainda não tinha sido incorporada ao trigo, apertando pequenas porções, com a mão.

Juntou 250 gr de músculo moído a esse trigo e começou a amassar bem. Enquanto isso acrescentava tempero. Lembrou de avisar que cebola tá fora, se não for comer tudo no mesmo dia, pois azeda a massa e muda o gosto.

Temperou com sal, pimenta do reino, pimenta dedo de moça, tempero baiano e páprica doce.

E sovou bem por 40 min!!!!

À proporção que sovava, a massa começava a ressecar, então, ela pingava água filtrada, que havia reservado em um copo, perto de onde buscava dar liga, sovando e sovando muito mesmo, a massa. Usou pouco menos da metade da água contida no copo.

Próximos passos: dar o formato do quibe, acrescentar o recheio e fritar.


Trecho de um texto que escrevi em homenagem ao aniversário da minha mãe, dia 08 de dezembro de 2020:

“Se minha mãe estivesse entre nós, o tempo dela, hoje, seria de 94 anos.

Ela se empenhou e cumpriu aguerrida sua tarefa por quase 90. De forma destemida e comprometida para que o legado se mantenha valioso e valorizado.”

Enquanto estivermos por aqui, minha irmã e eu seguiremos promovendo rituais de agradecimento porque a tivemos.  



DICA N° 14

 Passados os feriados de final de ano, e as cansativas e gratificantes peripécias às voltas com forno e fogão, fica aí a dica valiosa para se alcançar crocância na pele assada de suínos: PINGA!

Pois é!

Tão fácil!

Nos anos anteriores, era um tal de esquentar óleo a mais não poder e despejar, bem encostadinho na pele da leitoa já assada, e a tal crocância acabava insatisfatória e frustrante...

Pois decidi radicalizar!

Temperei meia leitoa com antecedência de duas horas, tendo o cuidado de acrescentar uma xícara (chá) de pinga ao tempero; envolvi a carne em papel alumínio forrado com papel pardo (aquele do saquinho de pão) besuntado de óleo (DICA N° 13) e pus pra assar em forno a 250 graus.

Ficou supimpa!

De lambuzar os dedos e o queixo!

Pena que não me lembrei de tirar foto!

Mas corrigi a falha: ontem assei um pedaço de barriga de porco, a tal pancetta, do mesmo jeito e fotografei.

Fica aí a prova da crocância! 



terça-feira, 29 de dezembro de 2020

DOCE DE JACA

 Acho difícil achar alguém que me supere no quesito invenção de serviço extra...

Pois hoje mesmo, pouco antes do meio-dia, arrumando a cozinha do almoço, convicta que teria uma tarde de descanso, ouvi, lá longe, no quintal, o barulho de algo que caiu do alto e estabacou no chão...
Na hora, torci pra ser uma jaca...
Peguei um balde e lá fui eu em busca do desvendamento do barulho instigante.
Era mesmo uma jaca!
Pena que era do tipo mole e, a maior parte, estava podre.
Mesmo assim, agachei-me e escarafunchei a danadinha, que me premiou com uns bons bagos docinhos.
Comecei, então, a vasculhar os três pés de jaca que nasceram enroscados e chamam a atenção por terem troncos enroscados e copa alta e frondosa.
Adoro pés de jaca!
Adoro as folhas que brilham um verde muito forte e chamativo.
Então, descobri uma jaca enorme, bem no alto, com toda pinta de madura. Tinha uma mancha do lado; parecendo que começava a apodrecer.
Cutuquei a danadinha, com uma vara de bambu e ela caiu. E continuou inteira!!!! Já antevi meu momento sublime saboreando o doce que, com certeza, eu iria fazer! Era jaca do tipo duro.
Pois comecei a lidar com a danadinha por volta de meio-dia e quinze e só acabei às 16:35 h.
Cortei a jaca ao meio e fui tirando os bagos. Depois, cortei cada bago ao meio e retirei as sementes.
Enquanto fazia essa árdua tarefa (aproveitei pra me fartar de tanto comer jaca!), pus panela no fogo, pra adiantar o serviço. Dentro da panela, pus um litro de água; um prato fundo cheio de açúcar e meia xícara (chá) de suco de limão.
Quando terminei de separar bagos e sementes, joguei os pedaços na calda que já começava a ficar em ponto de fio...
Mexi, deixei cozinhar, mexi, começou a ferver, mexi, experimentei se estava bom de açúcar... não estava... adicionei mais uma xícara (chá)... Mexia e observava e mexia e observava...
Ficou pronto em doze minutos, pois a chama do fogão industrial é bem forte.
E rendeu muito doce.
Ficou maravilhoso...
Acondicionei o doce em vidros (foto).
Agora, toca vigiar pra só deixar comer quem sabe, realmente, apreciar a iguaria...




domingo, 29 de novembro de 2020

DICA N° 13: COMO EMBALAR CARNE PARA LEVAR AO FORNO

Você costuma usar papel alumínio para embalar carnes que vai levar para assar? Fica muito brava quando fica pronto e, em certas partes, o papel alumínio insiste em não desgrudar?

Certa vez, a mãe de uma amiga contou que, antes de existir papel alumínio, ela usava papel de pão (fica retangular o saquinho aberto) besuntado de gordura, óleo, ou margarina. Era só espalhar com vontade... 

Já me aconteceu de não ter o papel alumínio e fazer uso dessa dica, com grande sucesso.

Pois hoje resolvi inovar: abri o papel alumínio, coloquei o papel de pão por cima, besuntei de óleo, enrolei a panceta suína, já temperada, recheada e amarrada e levei ao forno. Quando ficou no ponto de retirar o invólucro, que grata surpresa: nada grudou em nada; tudo soltinho... 

Uma ressalva: tem de ser o saquinho de cor parda. O de papel branco é muito fino e fica meio mimetizado com a carne... 

sábado, 28 de novembro de 2020

DOCE DE MAMÃO CRISTALIZADO

 

Pra se ter essa delícia vai ser preciso mais de um dia...

A bem da verdade, fica pronto em duas ou três horas, depois dos pedaços imersos na água com cal (ou com bicarbonato), mas a problemática é que tem de ficar de um dia para o outro, na calda.

Vamos lá?

É doce tradicional, herdado desde o tempo das pentavós...

Pausa para questionamento: como será que alguém, lá no passado dinossáurico, descobriu que pedaços de fruta imersos na água com cal resultavam em doce de mordidas adoráveis na parte externa meio durinha e a surpresa deliciosa da polpa da fruta molhadinha, dulcíssima, resguardada lá dentro? Ponho minhas duas mãos na calda fervente, dentro do tacho de doces, se alguém conseguir provar que não surgiu da mente de alguma matrona gulosa que tinha tempo pra ouvir a voz de Deus!!!!!

Comprei dois mamões. Verdes, mas, com a casca mostrando umas poucas marquinhas de amarelo, indicando que, por dentro, a cor que eu procuro me aguarda. Isso aqui é dispensável, pois pode ser verde total... É que minha expertise é fazer com o mamão tipo formosa pensando em amadurecer... Pois a cor brilhante do doce pronto é uma alegria para os olhos e combina, maravilhosamente, com o sabor.

Cortei cada mamão em quatro partes, no comprimento; descasquei; tirei as sementes e raspei (com uma colher) a rebarba que fica grudada entre o mamão e as sementes; cortei em pedaços (cada parte em cinco para que me veja premiada com quarenta pedaços) pus na água limpa; despejei, repeti o processo mais duas vezes; acrescentei água limpa - até cobrir os pedaços - e três colheres (sopa, rasa) de cal. Deixei descansar por duas horas (de vez em quando, mexia com as mãos, pois o pó branco fica teimando, sem querer dissolver). Terminadas essas duas horas de interação com a cal, lavei bem os pedaços de mamão em água corrente e reservei.



Numa panela grande (não faço no tacho, não, porque vai ficar de um dia para o outro e aprendi, desde pequeninha, que o doce não pode esfriar no tacho, ou cria zinabre e dá piripiri), coloquei litro e meio de água pra ferver e joguei os pedaços da fruta. Dez minutos depois, na outra chama, a mesma quantidade de água, em outra panela. Porque tem de ocorrer um procedimento conjugado: vou levar a panela dos quarenta pedaços à pia e despejar a primeira quantidade de água e, em seguida, acrescentar a água que está na chama ao lado, já fervendo, pra voltar a panela pro fogo...  Torno a colocar outra água pra ir esquentando (esta próxima, no processo, vai ser a calda). Ou seja, por duas vezes, pus os pedaços pra ferventar e tive a certeza que o leite da fruta verde (um tanto quanto verde) foi descartado.   

Quando escorri a água da segunda vez, além da água fervente, acrescentei uma pitadinha de sal e açúcar. Inicialmente, cinco xícaras (chá) de açúcar. Deixei ferver por vinte minutos. De vez em quando, mexia: os que estavam por baixo também têm o direito de ficar por cima...

Experimentei o açúcar da calda e acrescentei mais duas xícaras. Ferveu por dez minutos, desliguei o fogo, cobri a panela com um pano (sem tampa, ou pode murchar!!!!) e despedi-me. Amanhã, estaremos de volta...

No dia seguinte, enquanto fazia o almoço, liguei a panela e observei a calda quase secar de todo. Preparei uma peneira sobre uma bacia e espalhei os pedaços. Ali, além de escorrer o restinho de calda, o doce esfria e acontece a transformação linda de ver. A foto continua a descrição, misturando beleza e brilho.

Quanto ao sabor, deixa comigo...

Tá servid@?



quinta-feira, 23 de abril de 2020

BATATINHA AO MOLHO

A receita de hoje é bem simples.
Escrevo-a, atendendo a um pedido.
No almoço, enquanto se deliciava e comentava "adoro batatinha desse jeito que você faz, vovó!", a Juliana acrescentou:
- A receita está no blog, né?
Agora há pouco, quando lhe pedi para pegar o aparelho de medir pressão, e comentei que ando meio estranha, ouvi dela:
- Escreveu lá no blog o jeito de fazer a batatinha?
Resolvi atender rsrsrsr
Nessa receita, vamos precisar de uma panela média onde vou colocando: meia colher (sopa, rasa) do MEU TEMPERO (é uma das receitas do blog); umas quatro batatinhas (gosto das grandes) picadas em cubos médios; uma colher (sobremesa, rasa) de açúcar; uma colher (sobremesa, rasa) de açafrão; uma colher (sopa, cheia) de margarina; meia cebola batidinha e cortada bem fininha; e água que fique pela metade do volume das batatinhas nessa panela escolhida.
Levo ao fogo.
Enquanto cozinha, experimento o sal e, quase sempre, acontece de ter de acrescentar um pouquinho mais...
Não demora muito pra que, com um garfo, eu confirme que as batatinhas já estão bem macias.
Sobra um caldo grosso no fundo da panela.
Pronto, é isso.
Simples assim.
Tomara que eu ainda cozinhe muitas batatinhas...
E que eu ainda tenha tempo de escrever as receitas prediletas dessa nova geração que encanta meus dias.