terça-feira, 5 de junho de 2012

BOLINHO DE MANDIOCA

                     
Mandioca me remete ao primeiro livro de história, na época da minha alfabetização. O livro trazia a lenda desta raiz poderosa. O tema era a cultura indígena. Lembro-me que tinha uma coisa com palavras: mani, maniva, manioca... Fico repetindo, mentalmente, estas palavras, sempre que lido com mandioca. Depois, descobri que a avó materna da minha mãe era uma indígena, que se chamava Percília. Sinto constrangimento por saber pouco sobre ela. Não conheci nem uma avó. Convivi, de perto, com duas bisavós, duas Nonas: a Henriqueta e a Rosa. E, certa vez, uma vezinha só, vi essa bisavó indígena, que morava em Guaíra, interior de São Paulo. Lembro-me de termos quase a mesma altura. Eu devia ter uns oito anos. É nela que penso quando invento de fazer alguma coisa com mandioca... Ontem, eu a servi cozida na água e sal (uma pitadinha de açafrão e todo mundo acha que é da amarela) e, hoje, com as sobras, vou fazer bolinho. Em homenagem à avó Percília, que era caladinha, muito tímida, e não olhava as pessoas nos olhos...
No liquidificador, pus o equivalente a meio quilo de mandioca cozida (mais da metade do copo) e escorrida. Acrescentei três ovos. Mexi com colher de pau, aí liguei o pulsar, desliguei, mexi, tornei a ligar... e repeti o procedimento mais quatro vezes. Acrescentei uma xícara (chá) de queijo tipo Minas, ralado, e voltei a mexer. A massa ficou meio mole. Posso optar: ou frito bolinhos assim às colheradas; ou acrescento farinha de trigo, que melhora a liga, dando o ponto de enrolar os bolinhos, com as mãos... Aí, então, frito-os... Optei pela segunda maneira. Adicionei farinha de trigo, devagar, à proporção que mexia e percebia se o ponto estava bom. Foram necessárias duas colheres (sopa, rasa) de farinha de trigo. Ficou fácil enrolar e fritar... Assim enrolados à mão, ficam mais convidativos, incitando o paladar... Gosto com molho agridoce. Agora, assim satisfeita, só falta descobrir que tenho antepassado chinês...

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