segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SUNOMONO

Certa vez, meu sobrinho Vítor, vendo-me preparar salada de pepino, disse que preferia pepino a carne! Ele ainda nem tinha cinco anos! Concordei com ele! Arroz e uma salada de pepino temperado com sal e limão é manjar de deuses! Aprendi a comer pepino depois de sofrer muita crise de indigestão. Ensinaram-me que não se deve acrescentar óleo ou azeite de oliva à salada, pois é isso que causa desconforto. Nunca mais tive indigestão por tê-lo saboreado. Aí, teve um dia que meu filho Demian e minha nora Fabiana me apresentaram o sunomono, num restaurante japonês. Enquanto não aprendi a fazer o prato, não mais curti refeição alguma... Difícil um almoço sem o prato, desde então! Descobri que precisa ter o gengibre em conserva (a receita vem a seguir). Isso eu já tinha aprendido com minha prima Lurdinha Gerin. Sempre tenho a conserva. Fica em vidro, pronta para uso, na geladeira. O toque especial é o gergelim. Tentando acertar a receita, do mesmo jeitinho que servem no restaurante, apanhei, no início, mas nunca joguei sunomono fora, por não ter agradado. Até que desenvolvi minha receita, depois de pedir consultoria à minha amiga Vera Suguri, expert em comida com sabor. No verdurão, a bandejinha vem com três pepinos (do tipo que chamam japonês) e eu faço duas delas de cada vez. No sábado, fatiei os seis pepinos, com casca, depois de lavados e de ter raspado a casca com faquinha de mesa. O fatiador é uma ajuda importante (principalmente para mim que não tenho nem uma faca afiada!), porque as rodelas saem bem fininhas. Agi do mesmo modo com uma cenoura pequena, novinha e macia e juntei as rodelas ao pepino, acrescentando uma colher (sopa) de sal. Massageei-as, com as pontas dos dedos, para que o sal entranhasse, por igual. Depois de dez minutinhos, escorri o líquido, espremi as rodelas com a mão e temperei com seis colheres de açúcar, meia xícara (chá) de vinagre de álcool (também tem a opção de substituir o vinagre por saquê), uma colher (sopa) de conserva de gengibre e uma colher (café) de aji-no-moto. Mexi, experimentei (carreguei no açúcar porque prefiro assim, mas já comi o sunomono com pouquíssimo açúcar e também gostei). Na vasilha de servir, despejei as rodelas temperadas e, por cima, espalhei uma colher (sopa) de gergelim preto torrado. Ficou supimpa! No restaurante japonês, o prato também vem com kani (duas tiras) desfiado, colocado por cima da cenoura e do pepino, antes do gergelim. Pepino é prato eleito pelo meu egoísmo, prato que preparo para me agradar!

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