O poema Amanhã,
escrito pela poetisa Rosana Fleury, verseja sobre o mutável:
“Amanhã
é outra história.
Amanhã
é outro dia.
O
descortinar é diferente.
[...]
É outro
dia
Outra
decisão
Outras
palavras
E não
foi tudo em vão
[...]”
O poema se encontra
à página 76 do livro Não cortem meus cabelos, publicado em 2008.
Assim é a minha
relação com o jiló.
Num belo dia, num
descortinar diferente, em uma viagem para Barra do Garças, há uns bons vinte anos,
experimentei jiló, numa churrascaria de beira de estrada.
Como escreveu a
poeta:
“E não foi tudo em
vão”
Porque fiquei
tomada de amores pelo jiló.
Pode ser do jeito
que vier!
É comigo mesma!
Em conserva.
Na salada, ralado,
com cebola.
Refogado.
Omelete de jiló.
No azeite...
O da foto assim verdinho,
tem sido meu caso atual: no azeite.
Na hora da refeição,
o toque especial, o afago que o paladar espera encontrar, vem nele, no
danadinho amargo do jiló.
Cortei doze jilós
em rodelas mais largas. Pus em uma panela com água e uma pitada de sal e levei
ao fogo. Quando ferveu, marquei três minutinhos. Desliguei o fogo, escorri a água
e coloquei as rodelinhas de jiló numa bacia onde havia preparado água e gelo. Taí
o segredo de manter assim verde o verde do jiló...
Num vidro de boca um pouco larga, pus meia xícara de azeite, uma colher (café, bem rasinha) de sal, uma
colher (sopa, rasa) de açúcar, uma pitadinha de pimenta-do-reino, cebola
ralada, gergelim preto (o da foto ficou sem, porque o meu acabou!) e cebolinha
verde. Mexi com uma colher e, em seguida, coloquei sobre essa mistura as
rodelas de jiló que ferventei antes. Quem gosta de vinagre, pode acrescentar
duas colheres (sopa).
Fechei o vidro e
dei uma balançadinha leve.
Pronto!
Taí uma delícia que
pode acompanhar, fazendo gracejos, um bocado de arroz, um ovo frito e um bife
ao ponto...
E que venha o amanhã!