sexta-feira, 18 de setembro de 2015

JILÓ NO AZEITE


O poema Amanhã, escrito pela poetisa Rosana Fleury, verseja sobre o mutável:

“Amanhã é outra história.
Amanhã é outro dia.
O descortinar é diferente.
[...]
É outro dia
Outra decisão
Outras palavras
E não foi tudo em vão
[...]”

O poema se encontra à página 76 do livro Não cortem meus cabelos, publicado em 2008.
Assim é a minha relação com o jiló.
Num belo dia, num descortinar diferente, em uma viagem para Barra do Garças, há uns bons vinte anos, experimentei jiló, numa churrascaria de beira de estrada.
Como escreveu a poeta:
“E não foi tudo em vão”
Porque fiquei tomada de amores pelo jiló.
Pode ser do jeito que vier!
É comigo mesma!
Em conserva.
Na salada, ralado, com cebola.
Refogado.
Omelete de jiló.
No azeite...
O da foto assim verdinho, tem sido meu caso atual: no azeite.
Na hora da refeição, o toque especial, o afago que o paladar espera encontrar, vem nele, no danadinho amargo do jiló.
Cortei doze jilós em rodelas mais largas. Pus em uma panela com água e uma pitada de sal e levei ao fogo. Quando ferveu, marquei três minutinhos. Desliguei o fogo, escorri a água e coloquei as rodelinhas de jiló numa bacia onde havia preparado água e gelo. Taí o segredo de manter assim verde o verde do jiló...

Num vidro de boca um pouco larga, pus meia xícara de azeite, uma colher (café, bem rasinha) de sal, uma colher (sopa, rasa) de açúcar, uma pitadinha de pimenta-do-reino, cebola ralada, gergelim preto (o da foto ficou sem, porque o meu acabou!) e cebolinha verde. Mexi com uma colher e, em seguida, coloquei sobre essa mistura as rodelas de jiló que ferventei antes. Quem gosta de vinagre, pode acrescentar duas colheres (sopa).
Fechei o vidro e dei uma balançadinha leve.
Pronto!
Taí uma delícia que pode acompanhar, fazendo gracejos, um bocado de arroz, um ovo frito e um bife ao ponto...

E que venha o amanhã! 


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

PÃO-DE-FORMA DE FARINHA INTEGRAL


Descasquei e cozinhei, só em água, duas batatas-doce, calculando que, depois de cozidas, eu teria duas xícaras (chá) de massa. Sobrou água e usei 100 ml dela, ainda bem morna, no liquidificador com a batata cozida, mais um ovo, duas colheres (sopa) de azeite, uma pitadinha de sal e uma colher (sopa) de açúcar mascavo. Deixei bater bastante. Acrescentei duas colheres de fécula de batata e duas colheres (sopa, rasa) de fermento de padaria. E tornei a ligar o liquidificador para bater só mais um pouco.
Despejei sobre três xícaras de farinha de trigo integral e mexi, com uma colher de pau. Distribuí a massa em duas formas pequenas de pão-de-forma que untei, anteriormente, com margarina, e polvilhei com farinha de trigo integral.
Embalei cada forma com um saquinho plástico para acelerar o processo de descanso e crescimento da massa. Com o calor que rola no ar, em vinte minutinhos já tinha dobrado de tamanho. Com o forno pré-aquecido a duzentos graus, levei para assar e, rapidinho, ficou supimpa.

Não tem erro. Saborosésimo não fica! Mas, acompanhado, fica uma beleza! Pode ser de uma geleia, ou de requeijão cremoso, ou de queijo, ou um belo de um ovo frito...
O importante é que o danadinho fica macio, cheio de fibras e é saudável. Periga comer além do combinado. Carece de tomar tento!
Até gente costuma ser um tiquinho insossa quando está sozinha... Mas, se fica perto de alguém que valha a pena, a aura brilha, os olhos brilham, a luz fica mais potente, o ar fica mais leve...
Ô vidinha mais ou menos!
Mais pra mais porção de coisa boa!

Menos para o que ela própria se encarrega de deletar!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

DÉCIMA DICA


Todo ano sou presenteada com quantidade enorme de tamarindos. Vêm da casa de um moço bonito, amigo do meu filho mais velho, que é pessoa querida de toda a família. Isso tem acontecido por mais de vinte anos.
Quando recebo a prenda, parto para a ação de preparar logo toda a produção de polpa. Sei que, se guardar, o fruto resseca muito e dá carunchos. Desenvolvi, então, uma prática prática de fazer a polpa para congelar e utilizar a meu bel prazer. Para ter, bem à mão, sempre que me der na telha, o gostoso deleite de saborear suco geladinho de tamarindos.
Que me perdoem meus antepassados que descascavam o fruto e retiravam a massa, fazendo bolas enormes que guardavam e utilizavam em sucos. Muitas vezes, inesperadamente, fora de época, era mimada em casa de tios que me serviam o suco maravilhoso. Gratas lembranças! Minhas reverências a eles que tinham tempo...
Sou de uma época que o tempo é mesquinho e não tem dado nem pro gasto!
Daí, minha técnica resultante dessa pressa: lavei, por duas vezes, com água de torneira, uma quantidade de tamarindos que encheu uma jarra apropriada para acondicionar suco. Tornei a lavar, por mais duas vezes, com água filtrada, os mesmos tamarindos. Depois de escorrer a última água, enchi a jarra com água filtrada e pus, sobre os frutos, um pratinho de sobremesa que teve a função de obrigar todos os frutos a ficarem imersos...
Dei um tempo bom para amolecer a polpa. Mais de quatro horas.

Retirei o pratinho e amassei, com a minha mão, os frutos que, amolecidos, deixam soltar as cascas e as sementes. Daí, peneirei para separar e descartar cascas e sementes e resultou a polpa que acondicionei em saquinhos de plástico, daqueles que usamos para fazer os deliciosos dindins...