Faz muito tempo
que aprendi a fazer pão de queijo. Faço com gosto, porque minha turminha adora.
Ultimamente, andava fazendo a quitanda sem seguir receita e, de vez em quando, ficava
feio, ou murchava... Em outras tentativas, acertava... Nunca sobrava...
Tenho umas
trinta receitas anotadas. Resolvi experimentar uma delas, uma que remonta a 92,
e ficou supimpa.
Fiz assim: pus,
sobre a chama do fogão, uma caneca funda, contendo dois copos (americano) de
água (equivalem a 400 ml) e um de óleo. Fiquei por perto, mexendo de vez em
quando, porque esta mistura de água e óleo pode fazer muita sujeira; se o óleo
vedar a água, ao ferver, joga o óleo pra cima e a bagunça e o perigo não
compensam. Todo cuidado, portanto.
Quando a mistura
ferveu, usei-a para escaldar um quilo de polvilho Amafil, polvilho doce.
Acrescentei cinco ovos; um prato (fundo, cheio) de queijo ralado; uma colher
(sobremesa, rasa) de sal e fui incorporando leite (um copo americano) à massa,
até dar o ponto. O leite e o sal não são medidas certas. Para acrescentar sal,
é preciso experimentar, pois depende muito do sal do queijo. Para acrescentar
leite, depende do tamanho do ovo; o ponto da massa é apurado ao encostar o
dorso da mão pra saber se a massa gruda. Se não grudar, mais leite e mais
muque, amassando, amassando, amassando...
Houve um tempo,
tempo de muita labuta, que eu fazia pães de queijo, todos os dias. Hoje, aos
domingos, quando todos nos reunimos, revezo, entre os que eu mesma faço e os
comprados congelados, fáceis de assar.
São muitas as
receitas que me envolvem ainda hoje, nascidas e trocadas com interação e
companheirismo, nas escolas onde trabalhei. Nas nossas coordenações, enquanto
planejávamos aulas, corrigíamos provas, redações e exercícios, nós saboreávamos
delícias que trazíamos de casa, feitas com muito carinho. E trocávamos as receitas.
Minhas anotações remetem para nomes de amigas que deixaram saudade...