sexta-feira, 15 de abril de 2011

MANÉ PELADO

Ganhei esta receita de uma experiente cozinheira, a D. Isolina. Ela é a mãe da minha cunhada Juanita. Foi pioneira na construção da nossa capital e teve a ideia de criar uma cantina, para servir refeições aos pioneiros que davam vida a Brasília. A cantina conserva o nome pelo qual era conhecido: D. Isolina. E é administrada pelo filho e a nora que mantêm a mesma tradição de sabor e qualidade, acima de tudo. Esta é uma receita para muita gente. Precisei de dois quilos de mandioca. Ralei e lavei a massa (do mesmo jeito que faço com o arroz, até a água sair menos branca) e, em seguida, usei um pano de prato limpinho e seco para espremer e retirar o excesso de água. Foi assim que obtive dois pratos de massa de mandioca. Reservei essa massa. Aí, coloquei, no copo do liquidificador, um prato e meio de açúcar, duzentos e cinquenta gramas de manteiga, uma xícara (chá) de óleo e gemas de uma dúzia de ovos. Liguei o liquidificador e deixei bater, bater, bater... muito! Despejei a mistura resultante sobre a massa de mandioca reservada e acrescentei um prato, bem cheio, de queijo (tipo Minas) ralado; duas colheres (sopa, rasa) de pó-royal; três xícaras (chá) de farinha de trigo; uma xícara (chá) de coco ralado e doze claras, em neve. Mexi, com colher de pau, para incorporar os ingredientes. Ainda precisei acrescentar um copo (americano) de leite para ficar no ponto de massa de bolo. Levei pra assar (forma untada) em forno pré-aquecido, por meia hora. Rendeu duas formas (média) pirex. O segredo é colocar bastante massa para ter um bolo com fatias bem generosas. Valeu, D. Isolina! Deus a mantenha abençoada! Meeeeu Deus! Amo esse tal bolo de mandioca! Embora não goste do nome Mané Pelado (se fôssemos pessoas politicamente corretas, o nome seria Sr. Manoel despido?), mantenho-o, por ser conhecido assim nas tradicionais festas juninas. Hoje, fiz a receita completa, pois vou servi-la após um jantar para dezoito pessoas. Normalmente, faço só cinquenta por cento, pra não arriscar minha alma, ao pecar por gula! Afinal, poderia ser irreversível e não admito passar a eternidade no inferno. Além de rezar, com fervor, “creio [...] na remissão dos pecados [...]”, refreio meus instintos e fecho a boca. Com a alma leve e satisfação garantida, depois de devorar meu bom pedaço de bolo, dirijo meus pensamentos para a morada eterna. Penso que ainda faltam muitos anos para eu me mudar e sigo acreditando que, quando estiver lá, vou poder degustar todos meus pratos favoritos sem remorso! E, o que é maravilhoso: sem engordar e sem me preocupar com os radicais livres que me fazem aparentar a idade que tenho, por mais que eu queira disfarçá-la!

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