Desde a
primeira vez que fui apresentada a esta geleia, não a vejo com bons olhos,
quando a encontro por aí... Porque ouvi que a pessoa tinha aprendido com alguém
que a fazia com as cascas descartadas, depois que chupavam a fruta! Eca! Por isso,
só como essa danadinha se eu mesma a fizer.
Sou uma pessoa
bem nojenta, sou sim! Deve ser porque quando aqui na chácara tem jabuticaba,
tem com fartura! Só sei que, por enquanto, é assim que funciona: a geleia de
jabuticaba que aprendi a fazer precisa da jabuticaba inteira. Depois de lavar
todas (são cinco litros) e descartar folhas e cisquinhos comuns das flores que
não vingaram, pus água, numa panela grande, cobrindo as frutas, e levei ao fogo
para uma primeira fervura.
Sem mexer, assim
que ferveu, despejei, devagar, a água toda e já acrescentei outra água que já
tinha posto pra ferver. A maioria das frutas já começou a arrebentar desde a
primeira fervura. Na segunda, então, poucas foram as que não arrebentaram
(sinal de que as frutas estavam bem madurinhas). Desliguei o fogo e despejei metade
da água. É importante experimentar se a casca ainda está amarga. Se estiver,
tem que repetir uma terceira fervura. Neste caso, duas fervuras foram
suficientes.
Licença pra contar que estas jabuticabas docinhas
vieram da casa da minha mãe, na QSB 13. Ela só tem um pé e tem frutas quatro
vezes ao ano. Pudera, meu pai cuida muito bom, adubando na data certa, molhando todo santo dia!... Na chácara, tenho vinte pés
que só dão fruta uma vez por ano. Já até teve greve das jabuticabeiras: teve ano
sem carga! Falta água, falta adubação, falta cuidado para não deixar o mato
prejudicar a planta...
Continuando,
então, a fazer a geleia, graças a meu pai e minha mãe: depois de esfriar, fui
retirando pedaços de cascas, com as mãos, e reservei o equivalente a duas xícaras
(de chá) dessas cascas.
O resto das
jabuticabas cozidas, bati no liquidificador e coei. Não coei em peneira, não.
Passei a massa, apertando, por aquela vasilha furadinha que escorre macarrão. Aquela
com furos maiores (daí a importância de limpar bem as frutinhas antes de botar
pra ferver) que deixa passar bastante massa, separando as sementes.
Medi para
calcular o açúcar, e a massa coada rendeu doze xícaras. Tornei a pôr na panela,
acrescentei três xícaras de açúcar; as duas xícaras de casca e um terço de xícara
de caldo de limão cravo. E deixei ferver por uns bons vinte minutos. De vez em
quando eu mexia. Desliguei o fogo quando percebi que começava a vidrar... Depois
de frio, vi que podia ter deixado um pouco mais; ainda não estava naquele ponto
que põe no pão e fica firme. Então, voltei a ligar o fogo e esperei secar por
mais uns cinco minutos. Aí, constatei que não ficou só bom; ficou
maravilhoso!!!!
Dia desses, fui à casa dos Brimos, na Chácara
Felicidade, e saboreei uma geleia de jabuticaba com casca muito melhor que a
minha. Era mais clara, mais suave e menos doce. A Brima Sandra Gimenes ganhou,
de uma amiga, a vasilhinha com a iguaria e a promessa da receita. Diz minha mãe
que é preciso pôr um pouquinho de bicarbonato na água da primeira fervura... Será?
Vamos aguardar. Se o futuro for este lugar que idealizo, assim que eu publicar
esta receita, alguém vai me ligar para contar qual é o segredo. Prometo que vou
compartilhá-lo aqui!
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