Amizade é tesouro
intangível!
Amizade! Ô palavra
bonita!
É bem que se guarda
no coração.
Esta receita vai
para uma dessas pessoas que me mantêm cativa: a Vânia. Juntas, enfrentamos um
mestrado em educação, e vencemos.
Quando a gente se
encontra, ela fala da minha carne de porco na lata. Porque no tempo do curso
nós nos reuníamos na chácara e rolava um almoço, ou um jantar. E a carne de
porco marcava presença.
Trata-se de receita
que desenvolvi e aprimorei. Quanto mais agrada, mais eu faço. Também porque, na
chácara, facilita ter carne pronta, na banha. Na correria do imprevisto, tá
ali, à mão; é só esquentar.
Na última vez que
fiz esta carne, comprei três peças que deram três quilos (menos 17 gramas). É
aquela carne de porco que vem em pedaços, com a gordura e a pele. É, na maioria
das vezes, pernil. Mas, se tem barriga, opto pela barriga. É mais saborosinha...
Temperei a carne com
duas colheres (sopa) do meu tempero e reservei, enquanto, no fogo, minha panela
de sete quilos esquentava dois quilos de banha. Compro a banha em pacote de um
quilo. Gosto da marca Aurora. Mas, qualquer uma serve.
Não esperei esquentar
muito e pus os três pedaços de carne na panela. O primeiro pedaço chia um
pouco; o segundo também. O terceiro pedaço já é recebido sem alarde da gordura
que se acalma com tanto agregado chegando.
A gordura cobre os
três pedaços. O fogo continua atuante.
Se o fogo não for
possante, vai criar muito líquido. O do meu fogão industrial tem a opção da
chama interna e externa. Esta é a hora que ligo as duas, por uns cinco
minutinhos. Minha sugestão para quem não tem chama forte no fogão, é fazer só
um quilo por vez.
Assim que percebo
que, com a tampa, vai pegar pressão, providencio a chegada do chiado e marco
dez minutos (neste momento, só a chama comum, a menor, fica ligada). Findos os
minutos, desligo o fogo e aguardo acabar a pressão, para retirar a tampa.
Não mexo em nenhum
momento.
Ligo o fogo,
novamente, sem colocar a tampa na panela, e deixo fritar, em chama alta. Esta é
a hora de observar, para não fritar demais, ou pode endurecer a carne. É a hora
de secar a água que foi criada no contato com a carne: é a hora de apurar. Vai
restar a gordura; apenas, e tão somente, a gordura onde os pedaços vão
permanecer quietinhos, à espera da hora de serem expostos e devorados...
Retirei um dos
pedaços e fotografei.
Assim, tirado na horinha que ficou pronta, ainda não acabou de chegar
e a pele não ficou pururucada. Mas fica! Porque a banha de porco tem um ponto
de fritura muito mais quente que o óleo comum. Então, mesmo com o fogo
desligado, a carne continua fritando e acaba de chegar ao ponto de assada
deliciosa!
Se o meu tempo de
relógio permite que a panela fique lá num cantinho, esquecida por uns dois dias...
hummmmm... aí, então, fica uma loucura!
Depois de esquentar
cada pedaço, a cada nova investida, sempre que surgir oportunidade e se sobrar; mais e mais saborosa fica esta carne
agregadora de amigos.
Um cuidado
importante: mesmo coberta de banha, não pode guardar muito tempo sem dar uma
fritadinha de vez em quando (duas vezes por semana). Isto é por conta do meu tempero (ver receita) que ponho na carne.
Se puser só sal, o
prazo pra se esquecer da carne (desde que não tenha osso), no descanso gordurosinho que a rodeia, é
tranquilo; nem precisa preocupar. Se a gordura foi bem apurada, claro.