Quando meu amigo e vizinho, o Marcos Antônio
Lacerda, me contou que tinha experimentado uma sopa de cebola maravilhosa, eu
ri e disse: “Eu passo”.
Ele sabia que eu não suportava cebola (isso foi muito antes da minha alergia por alho). Ele insistiu que ia me levar para
experimentar e garantiu que eu nem desconfiaria que a sopa era de cebola, se
ele não me tivesse adiantado a informação...
Duvidei, mas resolvi experimentar e adorei. Realmente,
aquele sabor persistente da cebola não comparece; sai de fininho...
Faz muito tempo que não tenho notícias do
Marquinhos, que se casou e foi morar em Goiânia... Mas, a tal sopa, sempre
revisitada, passou a ser feita e servida por mim. Deliciosa!
Neste clima de friozinho, com o outono indo a
toda, rumo ao inverno, não tem pedida melhor.
Descasquei e piquei, em rodelas fininhas, cinco
cebolas grandes (pouco mais de meio quilo) e refoguei-as em três colheres
(sopa) de margarina. Na chama ao lado, a canequinha com um litro de água, esquentando,
à espera da hora certa de entrar em cena.
Mexi, durante um tempinho suficiente para a
cebola perder seu entranhado e incomodatício poder.
Acrescentei, e mexi bem, uma colher (sopa) de
farinha de trigo. Quando a cebola ficou dourada, adicionei, aos poucos, a água
e dois tabletinhos de caldo de galinha. E complementei com uma colher (café) de
açúcar; uma pitada de pimenta-do-reino moída; outra de cebolinha desidratada e
outra de ervas finas.
Ferveu, engrossou, pus mais água (além daquela
que estava preparada para entrar em cena), ferveu novamente...
Experimentei, gostei, desliguei o fogo. A consistência é a de um caldo, nem ralo, nem grosso.
Forno ligado, preparei oito rodelas finas (dois
pães pequenos, de padaria) para atuarem como torradas: margarina de um lado da
rodela, passando-a (com força para entranhar bastante queijo) em queijo parmesão
ralado, dispondo-a em pirex grande, com o lado recauchutado para cima.
Pus, então, a forma pirex com as oito rodelas
no forno, por três minutinhos. Retirei a forma e, por cima das torradas,
cuidadosamente, despejei a sopa de cebola.
No início, uma ou outra torrada tenta boiar.
Mas, elas não resistem! E todas se entregam ao destino, languidamente...
A sopa disposta na pirex pede, então, sua volta
para o forno.
Assim que percebi que estava bem quente
(começam a subir umas bolhinhas, evidenciando que ferveu), retirei a forma com
a sopa e servi-a.
Quem é cuidadosa e caprichosa, costuma ter as
terrinas apropriadas para levar ao forno e servir, individualmente, a sopa. Em
cada uma, uma torrada e uma porção do caldo... Não sou afeita a essas frescurinhas,
mas bato palmas para quem é. Com certeza, é um toque de carinho que faz parecer
muito mais gostoso...
Quando as bocas são muitas e parece que a sopa pode
não ser o tanto que deveria, em quantidade, costumo preparar e oferecer mais
torradas, à parte.
Porque os que se servem primeiro costumam
garimpar as torradas. E, os que chegam atrasados costumam ficar só ouvindo as
notícias de como é impossível resistir às torradas e à sopa de cebola sem fazer
má figura...
Apareça, Marquinhos!
Tenho muita saudade de você! Você deixou marcas de gratidão no meu coração,
graças a Deus! Penso muito em você! Sua grandiosidade, sua bondade e seu jeito de
irmão cuidador fizeram a diferença na minha vida. Venha experimentar a sopa de
cebola e botar o papo em dia...
Meu dia vai ter um
brilho mais intenso, na sua companhia!
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