sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CALDO DE MANDIOCA COM CARNE DE SOL



Hoje acordei cantando A Praça, música do Carlos Imperial, que o Ronnie Von fez virar sucesso, na época da minha juventude...
Normalmente, as manhãs me deixam nostálgica. Além dos pratos que programei para o almoço, vou preparar caldo de mandioca com carne de sol. É meu jeito de buscar refúgio nos sabores que me relembram pessoas queridas. Cortei um quilo de mandioca em pedaços pequenos; meio quilo de charque, em cubos também pequenos (ferventei antes, por duas vezes, para retirar o excesso de sal); dois tomates; duas cebolas e um tantinho de cebolinha. Primeiramente, refoguei, em panela de pressão e óleo bem quente, os cubinhos de charque. Deixei fritar bem. Coloquei um pouco de água fervente e pus a tampa para cozinhar mais rápido. Esperei quinze minutos e abri a panela, depois de esperar que acabasse a pressão. A vida também tem muitos momentos assim, em que se precisa esperar para que a pressão se esvaia no espaço e no tempo...
Aí, acrescentei a mandioca, a cebola e o tomate, mexi um pouco (com colher de pau), e coloquei água suficiente pra cobrir os ingredientes. Fechei a panela e abaixei o fogo. Demorou só um pouquinho. Uns dez minutinhos. Fiquei aqui na cozinha mesmo, sentadinha, esperando o fogo cumprir sua obrigação de manter o fundinho da panela no aquecimento certo. Enquanto esperava, pensei na vida e nas urgências que ela desenha no nosso cotidiano, para fazer o tempo mais curto...
Retirei a panela de pressão do fogo, esperei a pressão ceder, abri-a e vi que havia necessidade de mais água. Experimentei o sal. Precisei de um bocadinho mais. Constatei que a mandioca está bem cozidinha, quase toda dissolvida.
A fome é muita e há muitas pendências a resolver, então me apresso a considerar que está pronto. Tomei o caldo na minha tigelinha de boca larga, em pequenas colheradas, calmamente, para poder apreciar o sabor. Não tem como não relaxar e curtir. As urgências que esperem, enquanto penso na vida, nas promessas de dias melhores, na beleza de tudo, e nas lembranças boas que o sabor, devidamente apreciado, desperta.


Sítio Rosa Mística, 14 de maio de 2010

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